Meditação - Quarto Mistério Luminoso - A Transfiguração de Jesus e Festa de Santa Teresa de Àvila


«Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha.Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura» (Mt 17, 1-2).

«Por um momento, Jesus mostra a sua glória divina, confirmando assim a confissão de Pedro. Mostra também que, para "entrar na sua glória" (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém» (CIC, 555).

Meditação

A revelação da Transfiguração

Qual é o Filho que o texto nos revela? Revela-nos este Filho, como acentua a voz: “Este é o Filho”, o Jesus que se encontra entre vós, que vós, que vós conheceis, tão delicado, acessível, atraente e simultaneamente tão frágil, vulnerável, humilhado. O Filho é Jesus, que falou do sofrimento e da morte, cujo rosto apavorado contemplareis em Getsémani, empalidecido pela morte sobre a cruz. Este é o meu Filho; este é o ressuscitado, o luminoso, o glorioso. É difícil unir estes dois rostos, e, todavia, este único rosto é o Filho predilecto do Pai, que se aventura até á morte e que reflecte glória até ofuscar os próprios inimigos. É um mistério que nunca conseguiremos compreender completamente, a não ser no céu, e oscilaremos sempre entre os dois conhecimentos.

O Pai é-nos revelado como Aquele que diz “Escutai-O!” e que tem a coragem de revelar-Se neste Filho aparentemente contraditório para nós, porque débil e forte, frágil e poderoso, humilhado e glorioso. “Escutai-O”, isto é, suportai o duplo rosto do Filho, não vos deixeis desviar do seu rosto triste nem iludir pelo seu rosto glorioso. Somente na contemplação dos dois rostos, que na realidade é um, vereis o mistério do Pai que se revela na justiça e na misericórdia, no poder e na condescendência. Somos assim introduzidos naquele conhecimento sublime no qual a Igreja é chamada a progredir ao longo dos milénios mas que ainda não atingiu passados os dois mil anos. Espantamo-nos ao pensar como é possível que só nos últimos decénios a Teologia esteja a aprofundar o dogma da Trindade; é conhecido na sua história descritiva, mas continua escondido este rosto misterioso do Pai, do Filho e do Espírito.

Uma vida bela

Aprofundando o entusiasmo de Pedro, sentimo-nos solicitados a estender esta expressão a toda a vida cristã: “É belo estar aqui”, é belo pertencer a Cristo. (...) Descubro aqui o vosso carisma para o terceiro milénio: proceder de modo a que os outros achem bela a vossa vida e sejam levados a desejar participar da vida das vossas comunidades.

A outra reação, de temos, de reverência pelo divino, impele-nos a manter o olhar fixo sobre Jesus ainda quando o seu rosto se esconde, como na noite da fé, noite que, provavelmente, estamos a viver na sociedade ocidental europeia. Manter o olhar fixo sobre Jesus com reverência, ainda que a nuvem se torne obscura. Por isso, devemos aceitar o entusiasmo e o temor, o alvoroço e a reverência, (...) sabendo que continuamos a contemplar o rosto de Cristo, presente mesmo na noite e na obscuridade.

Carlo Maria Martini
http://www.snpcultura.org/







Estamos nos aproximando da abertura do V Centenário de Nascimento de Santa Teresa de Jesus (...). Teresa que nos ensina o caminho da oração e do amor a humanidade de Cristo, Teresa que mostra que o caminho para entrar na Vida é seguir a Cristo Ele que é o Rei do Castelo do qual a porta para entrar é a oração. Partilhamos uma reflexão de Ir. Celeste sobre a oração e missão em Santa Teresa para nos ir adentrando na mensagem e na vida desta grande Doutora da Igreja que celebramos neste dia 15 de Outubro.

Oração e missão

Oração para Santa Teresa, é dar gosto ao Outro, “é tratar de amizade, estando muitas vezes tratando a sós, com que sabemos que nos ama” (V 8,5). Teresa têm experiência do que é a amizade humana, e faz desta experiência, alavanca para Deus.

Daqui, Teresa, consegue tirar forças para desempenhar a missão que o próprio Jesus lhe vai confiar. É da oração, do encontro com Deus, que nós também vamos ter força para desempenhar nossa missão. O mais importante na oração, diz ela, “não é pensar muito, mas amar muito; e por isto nos diz que oração e vida, caminham de mãos dadas, ou nas palavras de Teresa: “prazeres e oração são incompatíveis” (C 4,2) (...) Como boa Mestra de oração, em seus escritos, nos dá um vasto ensinamento sobre como rezar, sobre oração, quando a oração é seca, árida, difícil, mas também quando é um gosto imenso, ternura, penetração profunda no mistério de Deus, consumação, êxtase. 



O Coração Incorrupto 
de Santa Teresa


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