Mês de Maio no Flos Carmeli - Estudo Bíblico II



Leitura do Santo Evangelho 

São Lucas, 11 

17 "Penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes Jesus: Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros. 18.Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul. 19.Ora, se é por Beelzebul que expulso os demônios, por quem o expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes! 20.Mas se expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus. 21.Quando um homem forte guarda armado a sua casa, estão em segurança os bens que possui. 22.Mas se sobrevier outro mais forte do que ele e o vencer, este lhe tirará todas as armas em que confiava, e repartirá os seus despojos. 

23.Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha. 24.Quando um espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso; não o achando, diz: Voltarei à minha casa, donde saí. 25.Chegando, acha-a varrida e adornada. 26.Vai então e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele e entram e estabelecem-se ali. E a última condição desse homem vem a ser pior do que a primeira. 

27.Enquanto ele assim falava, uma mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse: 

Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram! 

28.Mas Jesus replicou: Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam! 29.Afluía o povo e ele continuou: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30.Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31.A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão." 
São Lucas, 11 - Bíblia Católica Online

I. A DEVOÇÃO À VIRGEM ATRAI A MISERICÓRDIA DIVINA.

“Mês de sol e de flores […], mês de Maria, coroando o tempo pascal. O nosso pensamento vinha seguindo Jesus desde o Advento; agora que a paz, que é conseqüência da Ressurreição, reina no nosso coração, como não nos dirigirmos Àquela que no-lo trouxe?

“Apareceu sobre a terra para preparar a sua vinda; viveu à sua sombra, ao ponto de não a vermos no Evangelho senão como Mãe de Jesus, seguindo-o, velando por Ele; e quando Jesus nos deixa, Ela desaparece suavemente. Desaparece, mas fica na memória dos povos, porque lhe devemos Jesus…”. (1)

Como em outras ocasiões, Jesus dirige-se à multidão e fala-lhe dos mistérios do Reino de Deus. As pessoas que o rodeiam têm os olhos fixos nEle e guardam um profundo silêncio. De repente, uma mulher grita com toda a força: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram. (2)

Começa a cumprir-se a profecia contida no Magnificat: Eis que todas as gerações me proclamarão bem-aventurada. (3) Com o desembaraço da gente do povo, uma mulher dá início àquilo que não terminará até o fim do mundo. Essas palavras de Santa Maria, proferidas nos começos da sua vocação sob o impulso do Espírito Santo, teriam o seu total cumprimento através dos séculos: poetas, intelectuais, reis e guerreiros, artesãos, mães de família, homens e mulheres, gente de idade madura e meninos que acabaram de aprender a falar; no campo, na cidade, no cume dos montes, nas fábricas e nos caminhos; no meio da dor ou da alegria, em momentos transcendentais (quantos milhões de cristãos não entregaram a sua alma a Deus olhando para uma imagem da Virgem ou recitando com os lábios ou apenas em pensamento o doce nome de Maria!), ou simplesmente no dobrar de uma esquina da qual se vislumbrava uma imagem de Nossa Senhora; em tantas e tão diversas situações, milhares de vozes, em línguas diversíssimas, cantaram os seus louvores à Mãe de Deus.

É um clamor ininterrupto por toda a terra, que atrai todos os dias a misericórdia de Deus sobre o mundo, e que não se explica senão por um expresso querer divino. “Desde remotíssimos tempos a Bem-aventurada Virgem Maria é venerada sob o título de Mãe de Deus, sob cuja proteção os fiéis se refugiam súplices em todos os seus perigos e necessidades.” (4)

Todo o povo cristão soube sempre chegar a Deus através da sua Mãe. Com uma experiência constante das suas graças e favores, chamou-a Onipotência suplicante e encontrou nEla o atalho que o levava mais depressa para Deus. O amor inventou numerosas formas de tratá-la e honrá-la e a Igreja fomentou e abençoou constantemente essas devoções como caminho seguro para chegar até o Senhor, “porque Maria é sempre caminho que conduz a Cristo. Todo o encontro com Ela não pode deixar de terminar num encontro com o próprio Cristo. E o que significa o contínuo recurso a Maria senão procurar entre os seus braços, nEla, por Ela e com Ela, a Cristo, Nosso Salvador?” (5)

II. O MÊS DE MAIO

Neste mês de maio, muitos bons cristãos cultivam especiais manifestações de piedade para com a Virgem Santa Maria, e essas práticas são para eles fonte de alegria em todos os dias do mês. “Todos os fiéis cristãos ofereçam insistentes súplicas à Mãe de Deus e Mãe dos homens para que Ela, que com as suas preces assistiu às primícias da Igreja, também agora, exaltada no Céu sobre todos os bem-aventurados e anjos, na Comunhão de todos os Santos, interceda junto do seu Filho”. (6) E em outro lugar: “Dêem grande valor às práticas e aos exercícios de piedade para com a Virgem Maria recomendados pelo Magistério no decurso dos séculos”. (7)

A devoção à Virgem no mês de Maio nasceu do amor, que sempre procurou novas formas de exprimir-se, e da reação contra os costumes pagãos que existiam em muitos lugares no “mês das flores”. Ao longo dos dias deste mês, os cristãos oferecem a Nossa Senhora especiais obséquios que os levam a estar mais perto dEla: romarias, visitas a alguma igreja a Ela dedicada, pequenos sacrifícios em sua honra, horas de estudo ou de trabalho bem acabado, mais atenção na recitação do terço… 

“Surge assim em nós, de forma espontânea e natural, o desejo de procurar a intimidade com a Mãe de Deus, que é também Mãe nossa; de conviver com Ela como se convive com uma pessoa viva, já que sobre Ela não triunfou a morte, antes está em corpo e alma junto de Deus Pai, junto de seu Filho, junto do Espírito Santo […].

“Como se comporta um filho ou uma filha normal com a sua mãe? De mil maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que em cada caso fluirá por condutos nascidos da própria vida, e que nunca são uma coisa fria, mas costumes íntimos de lar, pequenos detalhes diários que o filho precisa ter com sua mãe e de que a mãe sente falta se alguma vez o filho os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair de casa ou ao voltar, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas…

“Em nossas relações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas normas de piedade filial que são os moldes do nosso comportamento habitual com Ela. Muitos cristãos adotam o antigo costume do escapulário; ou adquirem o hábito de saudar – não são precisas palavras, basta o pensamento – as imagens de Maria que se encontram em todo o lar cristão ou adornam as ruas de tantas cidades; ou vivem essa maravilhosa oração que é o terço, em que a alma não se cansa de dizer sempre as mesmas coisas, como não se cansam os namorados, e em que se aprende a reviver os momentos centrais da vida do Senhor; ou então acostumam-se a dedicar à Senhora um dia da semana – precisamente este em que agora estamos reunidos: o sábado –, oferecendo-lhe alguma pequena delicadeza e meditando mais especialmente na sua maternidade”. (8)

III. AS ROMARIAS: SENTIDO PENITENCIAL E APOSTÓLICO.

Uma manifestação tradicional de amor à nossa Mãe é a romaria a um santuário ou ermida de Nossa Senhora. É uma visita revestida de caráter penitencial – traduzido talvez num pequeno sacrifício: fazer o trajeto a pé a partir de um lugar conveniente, ter algum pormenor de sobriedade que custe sacrifício… – e de sentido apostólico, com o propósito de aproximar mais de Deus as pessoas que nos acompanham e rezando juntos com especial piedade os três terços do Santo Rosário.

A romaria pode ser uma ocasião muito propícia e fecunda de apostolado com os nossos amigos. Nesses santuários e ermidas, milhares de pessoas alcançaram graças ordinárias e extraordinárias da Mãe de Deus: uns começaram uma vida nova, depois de fazerem uma boa confissão dos seus pecados, talvez após muitos anos; outros compreenderam que o Senhor os chamava a uma entrega mais plena ao serviço dEle e das almas; outros obtiveram ajuda para vencer graves dificuldades da alma ou do corpo… Ninguém voltou desses lugares com as mãos vazias. Paulo VI dizia que a Providência, “por caminhos freqüentemente admiráveis, marcou os santuários marianos com um cunho particular”. (9)

As pessoas acorrem a estes lugares, pequenos ou grandes, em que há uma presença especial da Virgem, para dar-lhe graças, para louvá-la, para pedir-lhe, e também para começar uma vida nova depois de terem vivido talvez longe de Deus. Porque, como diz S. João Paulo II, a herança de fé mariana de tantas gerações não é nesses lugares marianos mera recordação de um passado, mas ponto de partida para Deus. “As orações e sacrifícios oferecidos, o palpitar vital de um povo, que manifesta diante de Maria os seus seculares gozos, tristezas e esperanças, são pedras novas que elevam a dimensão sagrada de uma fé mariana. Porque, nessa continuidade religiosa, a virtude gera nova virtude, a graça atrai graça”. (10)

Estes locais de peregrinação, que remontam aos primeiros séculos, são atualmente incontáveis e estão espalhados por toda a terra. Foram fruto da piedade e do amor dos cristãos à sua Mãe através dos séculos. Preparemos nós a romaria na nossa oração, com sentido apostólico, com sentido penitencial (que facilita a oração e a eleva com maior prontidão a Deus) e com uma grande devoção mariana, que se há de manifestar nesse dia pela recitação cheia de piedade do Santo Rosário. 

Não esqueçamos que assim estaremos cumprindo a profecia feita um dia por Nossa Senhora: 

"Eis que todas as gerações me proclamarão bem-aventurada."

Não nos esqueçamos também de ter, durante todos os dias deste mês, especiais demonstrações de amor para com a nossa Mãe.

NOTAS

(1) J. Leclercq, Siguiendo el año litúrgico, Rialp, Madrid, 1957, págs. 215-216; (2) Lc 11, 27; 3) Lc 1, 48; (4) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 66;  (5) Paulo VI, Enc. Mense Maio, 29-IV-1965; (6) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 69; (7) ib., 67; (8) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 142;  (9) Paulo VI, Carta aos reitores dos santuários marianos, 1-V-1971;  (10) João Paulo II, Homilia em Saragoça, 6-XI-1982.



Tradução: Ricardo Pimentel Cintra



A Voz do Pastor

S. Exma. Rev. Dom Fernando Arêas Rifan




"Está acontecendo em Aparecida a 55ª Assembleia Geral Ordinária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na qual estou presente com os outros irmãos no episcopado, demonstrando a nossa comunhão eclesial efetiva e afetiva, tratando dos assuntos mais importantes para a Igreja no Brasil." 

"Peço as orações de todos, pois é interesse de todos que os seus pastores os guiem bem. (...) Assim como a Igreja é una e universal, assim também o Episcopado é uno e indiviso, sendo tão extenso como a comunidade visível da Igreja e constituindo a expressão da sua rica variedade. Princípio e fundamento visível dessa unidade é o Romano Pontífice, cabeça do corpo episcopal”.

"Ao ver os problemas e dificuldades no seio da Igreja, muitos poderão ficar escandalizados. Acontece que, por graça de Deus, pertencemos a essa grande família que é a Igreja. Como toda família, a Igreja, divino-humana, tem também seus problemas, devidos à sua parte humana. Jesus disse que o “Reino de Deus” aqui na terra, a Igreja, é semelhante a uma rede, com peixes bons e maus, a um campo com trigo e joio. A depuração será só no fim do mundo. Quem quiser uma Igreja só de santos deve esperar o fim do mundo ou ir para o céu."



Santoral Carmelitano

05 de Maio - Santo Ângelo - Mártir da Ordem Carmelita


Santo nasceu em Jerusalém em 1185. Segundo a tradição, seus pais eram judeus convertidos ao cristianismo depois que a Santíssima Virgem Maria apareceu a eles.

Desde criança, mostrou-se com extraordinários dons espirituais e intelectuais. Aos 15 anos, já falava grego, latim e hebraico. Aos 25, decidiu entrar na ordem dos Carmelitas que habitavam no convento de Santa Ana (Jerusalém), onde realizou sua profissão de fé.

Durante cinco anos, viveu como eremita no Monte Carmelo, onde o próprio Jesus lhe apareceu, mostrando-lhe o mal que a Terra Santa esperava com a invasão dos muçulmanos. Por isso, o Senhor lhe disse que se dirigisse ao Ocidente para pregar e converter os pecadores.

Do mesmo modo, após ser ordenado sacerdote em 1218, recebeu de sua Ordem a missão de viajar para Roma e obter a aprovação da nova Regra do Carmelo por parte do Papa Honório III, a qual conseguiu em 1226.

Após pregar durante um tempo em São João de Latrão (Roma), foi enviado para fazer o mesmo na Sicília e converter os seguidores do catarismo, uma heresia que condenava o sacramento do matrimônio, negavam a ressurreição da carne etc. Também é lembrado por ter convertido mais de 200 judeus em Palermo.

Entretanto, na cidade de Licata, quando pregava a uma multidão, foi esfaqueado por um grupo de malfeitores. Ferido de morte, caiu de joelhos e rezou por todo o povo e, em particular, pelos que o tinham ferido.

A Ordem do Carmelo o venera como santo pelo menos desde 1456. Alguns afirmam que seu culto foi oficialmente reconhecido pelo Papa Pio II em 1459. Sua festa é celebrada neste dia 5 de maio.

O Flos Carmeli publicou sobre esse importante santo  AQUI 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A História de Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá - Padroeira da Colombia

Meditação para Quaresma V - A Sagrada Face do Senhor