POLÍTICA E VIRTUDES
A
política,
como administração correta e honesta da coisa pública, é uma
profissão
necessária e de grande valor. Mas, transformada em
politicagem, constitui-se no
oposto das virtudes cristãs, que são a base da verdadeira
civilização. E é isso
o que leva muita gente a não ter esperança na política como
solução para os
problemas sociais nem nos políticos como leais condutores do
povo. Daí a
indecisão na hora de escolher um bom candidato.
Basta analisar algumas
das virtudes cristãs. A virtude da
humildade, por exemplo, essencial ao cristianismo e à pacífica
convivência
humana, é a que menos se vê na política. A humildade consiste
no esquecimento
de si mesmo, na ausência de egoísmo, no desprendimento, na
modéstia com relação
a si próprio. E o que se vê comumente no exercício da política
é o contrário, é
o império do "EU": "porque os outros são isso ou aquilo, mas
EU
não..."; "porque os outros não fizeram, mas EU fiz, Eu faço,
EU
farei, etc."... Exatamente o linguajar do fariseu do
Evangelho, que foi
reprovado por Deus: "Graças vos dou, ó Senhor, porque não sou
como os
outros homens... EU...".
A
virtude da pobreza,
isto é, do desprendimento, do desapego dos bens materiais e do
dinheiro: sua
ausência dispensa demonstração. Qual é hoje o político
realmente despreocupado
com o próprio bolso, que deseja trabalhar exclusivamente em
benefício do seu
próximo? Quem entrasse na política, que de si é um exercício
de altruísmo e
caridade, deveria sair do cargo que lhe foi confiado com a
mesma condição
financeira com que entrou. Conhece o leitor algum raro
político dessa espécie?
E
as virtudes
da honestidade, da não acepção de pessoas, da caridade
desinteressada, do
comedimento nas palavras, do respeito para com o próximo, do
amor pela verdade,
da convicção religiosa, da constância, da fidelidade às
promessas e à palavra
dada?
Como nos
aproximamos das eleições,
gostaria de contribuir um pouco na escolha dos melhores
candidatos, publicando
as bem-aventuranças do político, feitas pelo Cardeal Van
Thuân, então
presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz:
1º -
Bem-aventurado o político que
tem consciência do próprio papel. 2º - Bem-aventurado o
político de quem se
respeita a honorabilidade. 3º - Bem-aventurado o político que
trabalha para o
bem comum e não para o próprio bem. 4º - Bem-aventurado o
político que se
considera fielmente coerente e respeita as promessas
eleitorais. 5º -
Bem-aventurado o político que constrói a unidade e, fazendo de
Jesus o seu
centro, a defende. 6º - Bem-aventurado o político que sabe
escutar o povo
antes, durante e depois das eleições. 7º - Bem-aventurado o
político que não
tem medo, sobretudo da verdade. 8º - Bem-aventurado o político
que não tem medo
da mídia, porque no momento do julgamento deverá responder
somente a Deus.
Você
vai usar esse critério ou vai votar por interesse do seu
próprio bolso ou sem
critério algum?! Nesse caso, você mereceria o adjetivo
antônimo de
bem-aventurado.
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