Septuagesima - Domingo - 31 de Janeiro de 2010

Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado". (I Cor 5, 7)


Chamam-se domingos da Septuagésima, da Sexuagésima e da Qüinquagésima o sétimo, o sexto e o quinto Domingo antes do domingo da Paixão.A Igreja, desde o Domingo da Septuagésima até o Sábado Santo, omite nos ofícios divinos o Aleluia, que é o grito de alegria, e usa os paramentos de cor roxa, cor de tristeza, para com estes sinais de tristeza afastar os fiéis das vãs alegrias do mundo, e para levá-los ao espírito de penitência.



Nos ofícios da semana da Septuagésima a Igreja apresenta-nos a queda dos nossos primeiros pais, e o seu justo castigo; nos da semana da Sexagésima apresenta-nos o dilúvio universal, mandado por Deus para castigo dos pecadores; nos dos três primeiros dias da semana da Quinquagésima apresenta-nos a vocação de Abraão, e a recompensa concedida por Deus à sua obediência e à sua fé.


O tempo da Septuagésima é o prelúdio do grande jejum da Quaresma e serve de preparação remota para as festas da Páscoa. Serve de transição a alma cristã que deve passar das alegrias do Natal para as penitências austeras da Quaresma. E se o jejum ainda não é rigoroso, a cor dos paramentos já é roxa, a cor da penitência.


Não se reza o Glória, porque esse canto de alegria que celebrou Cristo nascido em nossa carne mortal, deve se cair durante este período de tristeza, que envolve a alma da Igreja por causa dos pecados dos homens, para irromper de novo no dia da ressurreição.


A Quaresma, de quarenta dias e as três décadas da Septuagésima, simbolizam perfeitamente os setenta anos de cativeiro na Babilônia. Este tempo termina para o ciclo litúrgico na Quarta-Feira de Cinzas.



Neste tempo mais do que em qualquer outro, vêem-se tantas desordens em muitos cristãos por maldade do demónio, que, desejando contrariar os desígnios da Igreja, faz seus maiores esforços para levar os cristãos a viver segundo os ditames do mundo e da carne.Para nos conformarmos com os desígnios da Igreja no tempo do carnaval, devemos afastar-nos dos espectáculos e divertimentos perigosos, e aplicar-nos com maior diligência à oração e à mortificação, fazendo alguma visita extraordinária ao Santíssimo Sacramento, sobretudo quando está exposto à adoração pública; e isto para reparar as grandes desordens com que Deus é ofendido neste tempo.


Quem por necessidade tiver de assistir a algum divertimento perigoso do carnaval, deve implorar o auxílio da graça, para evitar todo o pecado; depois ir ao divertimento com grande modéstia e recato, e recolher o espírito na consideração de algum máxima do Evangelho.
A instituição da Páscoa Cristã encontra-se na imolação de Cristo. Enquanto na primeira festa de Páscoa Deus liberta o povo da escravidão e proclama a sua Aliança com o povo de Israel, na segunda, o próprio Deus torna-se o Cordeiro Imolado para libertar o povo do jugo do pecado e do demônio. Desta vez, o Sangue de Jesus, do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, definitivamente liberta toda a humanidade com sua Paixão, Morte e Ressurreição.

Recordemos, pois, que Jesus veio ao mundo em cumprimento das Escrituras e por Seu desígnio foi crucificado justamente no dia da preparação da festa da Páscoa, para que, a partir de sua Paixão, Morte e Ressureição fosse instituída a Nova Aliança. Para que fosse instituída a grande e solene Páscoa, como num reflexo pleno da primeira festa de Páscoa.

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