25 de Janeiro - Conversao de São Paulo


24 de Janeiro - III Domingo Depois da Epifania




Na Festa da conversão do Apósto Paulo a Liturgia fala de seu encontro pessoal com Jesus, do ensinamento de que realmente ‘a figura deste mundo passa’ e o apelo de Jesus aos apóstolos: “Ide por todo mundo, anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).


25 de Janeiro - Festa da Conversão de São Paulo

“Vivo, porém, não eu, mas Cristo vive em mim !”

" São Paulo no´s dá o seu testemunho : Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados e tornei-me zeloso por causa de Deus, como vós o sois hoje. Persegui até a morte os adeptos deste Caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. Disso são minhas testemunhas o sumo sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá, a fim de prender todos os adeptos que aí se encontrassem e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados.


Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saul, Saul, por que me persegues?’ Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’. Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. Então perguntei: ‘Que devo fazer, Senhor?’ O Senhor me respondeu: ‘Levanta-te e vai para Damasco. Ali te explicarão tudo o que deves fazer’. Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pela mão de meus companheiros.



Certo homem chamado Ananias, piedoso e fiel à Lei, com boa reputação junto de todos os judeus que ali moravam, veio encontrar-me e disse: ‘Saul, meu irmão, recobra a vista!’ No mesmo instante, recobrei a vista e pude vê-lo. Ele, então, me disse: ‘O Deus de nossos pais escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz. Porque tu serás, diante de todos os povos, a sua testemunha a respeito daquilo que viste e ouviste. E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando seu nome!’ (Atos dos Apóstolos 22,3-16)




Grande é o Senhor. Ele dirige os corações, como torrentes d’água. Se quer que pobres pastores sejam os primeiros a prestar homenagens ao Menino Deus, convida-os por vozes angélicas; se quer que reis de terras longínquas venham adorar o Menino em Belém, chama-os e guia-os por uma estrela maravilhosa; quando precisa de operários para a vinha, diz aos pobres pescadores do lago Tiberíades: “Segui-me”; se quer dar um grande Apóstolo aos gentios, despedaça o coração irrequieto do jovem Saulo e transforma-o em coração dedicado discípulo de Cristo, a ponto de faze-lo exclamar: “Vivo, porém, não eu, mas Cristo vive em mim !”



Natural de Tarso, na Cilícia, filho da tribo de Benjamim e ao mesmo tempo cidadão romano, possuía talentos extraordinários, bons e nobres sentimentos, aliados a uma força de vontade inquebrantável. No tempo em que Jesus Cristo pregava o Evangelho na Palestina, Saulo, assentado aos pés do célebre Gamaliel, estudava as ciências dos Santos Livros. Os belos talentos que possuía, sua aplicação e sobretudo seu zelo ardente pela lei de Moisés e as tradições do povo, chamaram a atenção dos fariseus.


O crescimento rápido da Igreja de Jesus de Nazaré, o aumento espantoso do número dos discípulos de Cristo crucificado fizeram com que no coração de Saulo se incendiasse um ódio mortal aos cristãos, por ele considerados traidores da causa pátria. Qual lobo voraz, tinha sede do sangue dos mesmos, e quando o primeiro mártir Santo Estevão morreu, vítima do ódio dos fariseus, os algozes depositaram as vestes aos pés de Saulo. Mas o jovem diácono vingou-se do jovem fariseu, alcançando-lhe a conversão, pelas suas orações.


Apenas dois anos depois da morte de Jesus, incitado constantemente pelo ódio dos fariseus, Saulo foi ao Sumo Sacerdote, e pediu-lhe cartas para a sinagoga de Damasco, com poderes para trazer presos para Jerusalém todos os partidários de Jesus, homens e mulheres. Em caminho, já perto daquela cidade, de repente lhe reluziu em torno uma luz, vinda do céu. Caiu por terra e ouviu uma voz, que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues ?” Ele respondeu: “Quem sois vós, Senhor ?” O Senhor disse: “Eu sou Jesus, a quem persegues”. Tremendo e todo assustado, disse: “Senhor, que quereis que eu faça ?” O Senhor respondeu-lhe: “Levanta-te e entra na cidade, lá se te dirá o que tens que fazer”. Os homens do séqüito, atônitos, ouviram a voz, mas não viam pessoa alguma. Saulo levantou-se, abriu os olhos, mas estava cego. Tomaram-no pela mão e levaram-no para Damasco. Passou três dias sem ver e não comeu nem bebeu. Havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias.



O Senhor disse-lhe em visão: “Levanta-te e vai à Rua Direita; procura na casa de Judas um homem de Tarso, chamado Saulo. Neste momento ele ora” (e Saulo viu numa visão um homem, chamado Ananias, entrar e impor-lhe as mãos, para que recobrasse a vista). Ananias respondeu: “Senhor, tenho ouvido falar muito desse homem e do mal que fez aos santos em Jerusalém. Mesmo para cá ele trazia plenos poderes dos Príncipes dos Sacerdotes para meter em ferros todos os que invocam vosso nome”. O Senhor, porém, disse-lhe: “Vai, este homem é um instrumento de minha escolha, para levar o meu nome às nações e aos reis, assim como aos filhos de Israel. Vou ensinar-lhe a ele quanto tem de sofrer por meu nome”. Ananias foi. Chegando à casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: “Paulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, manda-me para te restituir a vista, e encher-te do Espírito Santo”. No mesmo instante, lhe caíram dos olhos como que escamas, e pode ver. Levantou-se e fez-se batizar. Paulo ficou ainda alguns dias em Damasco com os discípulos; e logo pregou nas sinagogas, que Jesus é Filho de Deus.




Os ouvintes ficaram admirados e diziam: “Não era ele, que em Jerusalém queria matar a todos que invocam o nome de Jesus ? Não veio aqui com a determinação de levá-los amarrados aos Príncipes dos Sacerdotes ?” No entanto, Paulo ganhava de mais a mais, e levava a confusão no meio dos Judeus em Damasco, provando que Jesus é o Messias.Decorridos alguns dias, os judeus deliberaram, em conselho, matá-lo. Estas intenções chegaram ao conhecimento de Paulo. Os judeus vigiavam as portas da cidade dia e noite, para que não escapasse. Mas os discípulos, tomando-o de noite, fizeram-no descer pela muralha dentro de um cesto.


Chegando a Jerusalém, Paulo procurou achegar-se aos discípulos, mas estes o temiam, não acreditando na sua conversão. Então Barnabé tomou-o e levou-o aos Apóstolos. Contou-lhes que o Senhor tinha aparecido a Paulo em caminho, e falou-lhes da coragem com que Paulo se tinha declarado, em Damasco, em favor do nome de Jesus. Desde então Paulo ia e vinha com eles em Jerusalém, e falava com toda a liberdade no nome do Senhor.Paulo, dantes inimigo do nome de Cristo, tornou-se-lhe o maior defensor. Outrora recebia cartas com ordens de destruir as Igrejas e aprisionar os cristãos; depois, como Apóstolo, escreveu muitas epístolas, para suma edificação dos fiéis, epístolas cheias de sabedoria e do Espírito Santo. Conhecendo o mal que fizera, conhecendo a gravidade dos seus pecados, empenhou toda a energia na propaganda da doutrina de Jesus Cristo.


Oito dias antes da festa da Cátedra de São Pedro realizava-se em Roma a transladação das relíquias de São Paulo. Pouco a pouco caiu em esquecimento esta solenidade e em seu lugar entrou, como festa própria a conversão do grande Apóstolo.


Reflexões:


Conversões como a de São Paulo há poucas. De grande pecador que foi e inimigo declarado de Cristo e de sua obra, por graça excepcional transformou-se em Apóstolo da religião cristã; como tal trabalhou com uma dedicação admirável, arrostou os maiores perigos e atrozes perseguições, das quais morreu vítima, selando com o sangue a sua amizade a Cristo e a fé em sua divina palavra. Esta conversão tão extraordinária põe em evidência a possibilidade da conversão do maior pecador, e ensina-nos que para os pecados mais graves há perdão e não se deve nunca desesperar da misericórdia divina, que é infinita. É preciso, portanto, que a conversão dos pecadores seja sempre objeto das nossas súplicas, diante do trono de Deus. Como a oração, o sacrifício, o martírio de Santo Estevão alcançou para Saulo a conversão, assim a oração constante dos fiéis é um fator eminente na história da conversão dos pecadores. Estes, por sua vez, aprendam da conversão de São Paulo, que assim como este grande Apóstolo, depois de ter sido tocado pela graça divina, obedeceu incondicionalmente às ordens de Deus, apresentando-se ao sacerdote, assim também eles devem abrir o coração à voz divina, romper os laços que os prendiam ao pecado, e começar uma vida santa e agradável a Deus.


fonte : Página Oriente

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