Mês do Santo Rosário




Por especial desígnio da infinita misericórdia de Deus, Maria Santíssima revelou a um grande santo - Domingos de Gusmão, fundador dos Dominicanos - um meio fácil e seguro de salvação: o Santo Rosário.

Sempre que os homens o utilizam, tudo floresce na Igreja. No mundo passa a reinar a paz, as famílias vivem em concórdia, e os corações são abrasados de amor a Deus e ao próximo.

Sempre que dele se esquecem, as desgraças se multiplicam, os homens se afastam do bom caminho, reina a discórdia nas famílias, o caos se estabelece no mundo...

O Santo a quem Nossa Senhora deu o Rosário

São Domingos viveu numa época de grandes tribulações para a Igreja, pois uma terrível heresia, como nunca antes houvera - a dos albigenses - se espalhara no sul da França, e ameaçava toda a Cristandade. A corrupção moral gerada era tão grande que abalava os fundamentos da própria sociedade temporal.

São Domingos, por meio de suas pregações ardorosas, tentou durante longos anos trazer para o seio da Igreja aqueles infelizes, que se tinham desviado da verdade. Mas as eloqüentes e inflamadas palavras de um santo não conseguiam penetrar naqueles corações empedernidos e entregues a todos os vícios e desvios morais.

Intensificou o santo suas orações... Aumentou suas penitências... Fundou um instituto religioso para acolher os convertidos... De pouco ou nada adiantaram seus esforços. As conversões eram raras e de pouca duração. Muitos, por pressão do ambiente, voltavam à prática do erro.

O que fazer?

Se suas orações e penitências ainda não tinham conseguido mover o coração de Deus, era, talvez, porque a Providência Divina estivesse à espera de um supremo ato de virtude dele. Movido por tais sentimentos, um dia, São Domingos, saiu de seu convento, em Toulouse, no sul da França, decidido a arrancar de Deus as graças necessárias para seu apostolado.

Entrou na floresta e se entregou à oração e à penitência, disposto a não sair dali sem obter uma resposta do Céu.

São Domingos era grande devoto de Maria Santíssima. E suas preces subiram até o trono do Altíssimo pelas mãos virginais da Mãe de Deus. Se não foram capazes de mover o coração de Deus, é certo que comoveram o coração maternal de Maria. Após três dias e três noites de oração incessante, quando as forças físicas abandonavam já São Domingos, lhe apareceu a Virgem Maria, manifestando-lhe seu afeto maternal e sua grande predileção.

- Meu querido Domingos - disse-lhe Nossa Senhora com suavidade inefável - sabes de que meio se serviu a Santíssima Trindade para reformar o mundo?

- Senhora - respondeu São Domingos - Vós sabeis melhor do que eu, porque depois de vosso Filho Jesus Cristo, fostes o principal instrumento de nossa salvação.

"Eu te digo, então - continuou Maria Santíssima - que o instrumento mais importante foi a Saudação Angélica, ou Ave-Maria, que é o fundamento do Novo Testamento. E, portanto, se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza meu Rosário."

São Domingos saiu dali com novo ânimo e imediatamente se dirigiu à Catedral de Toulouse para fazer uma pregação.

Mal ele transpôs a porta do templo, os sinos começaram repicar, por obra dos anjos, para reunir os habitantes da cidade. Assim que São Domingos começou a falar, nuvens espessas cobriram o céu e uma terrível tempestade com raios e trovões se abateu sobre a cidade. Como se não bastassem os repetidos estampidos que faziam empalidecer todo o mundo, a terra tremeu e o dia escureceu, como se fosse noite.

O pavor do povo aumentou quando uma imagem de Nossa Senhora, situada em local bem visível, levantou os braços três vezes para pedir a Deus vingança contra eles, se não se convertessem e pedissem a proteção de Maria Santíssima.

São Domingos implorou a misericórdia de Deus, e por fim a tempestade parou, permitindo-lhe que falasse com toda a alma sobre as maravilhas do Rosário.

Os habitantes de Toulouse arrependeram-se de seus pecados, abandonaram o erro, e começaram a rezar o Rosário. A mudança nos costumes da cidade foi grande.

A partir de então, São Domingos, em seus sermões, em vez de argumentar contra os erros dos hereges, de atacar os maus costumes e de invocar a justiça de Deus, passou a pregar a devoção ao Rosário, convidando seus ouvintes a rezá-lo diariamente, com fervor, de forma que a misericórdia de Nossa Senhora envolvesse as almas e as transformasse profundamente.

Maria foi a verdadeira vencedora dos erros dos albigenses, por meio do Rosário, trazendo de novo para a fé católica toda aquela gente, salvando assim a França e a Cristandade.

As maravilhas e os milagres obtidos pelo Rosário, encarregaram-se de propagá-lo por toda a parte, tornando-se esta a devoção mais querida dos fiéis cristãos, verdadeiramente devotos de Maria, até hoje.

Ao ser anunciada pela primeira vez a devoção do Rosário, pelos lábios ardorosos de São Domingos, em Toulouse, a natureza manifestou a grandiosidade de suas pompas para estar à altura de tão importante revelação, da qual Maria faz depender a salvação e santificação de seus filhos e filhas prediletos.

E nós?

Hoje, não temos um São Domingos para pregar as excelências do Rosário, nem a terra treme, nem os céus se manifestam. Mas, podemos nós louvar Maria, cantando as maravilhas que Ela operou nas almas, por meio desta devoção, ao mesmo tempo tão simples, tão eficaz e tão agradável a Deus.

Poderá haver prece mais agradável a Deus do que contemplar os mistérios da vida de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, rezar as mais excelsas orações compostas pelo próprio Filho de Deus, por sua Mãe Virginal e pelo Espírito Santo?

O Rosário, a devoção mais excelente depois da Missa

A Santíssima Virgem revelou ao Beato Alano de la Roche, da ordem dos dominicanos, que depois do santo Sacrifício da Missa, que é a primeira e mais viva memória da paixão de Jesus Cristo, não havia devoção mais excelente e meritória que o Rosário, que é como uma segunda memória e representação da vida e paixão de Jesus Cristo.

A oração para ser eficaz tem de ser feita com Fé. Quanto mais fé tivermos, mais força e mérito terá nossa oração, e mais glória daremos a Deus. Pois a fé é o fundamento de todas as virtudes cristãs. Por isso devemos começar o Rosário rezando o Credo, ou Símbolo dos Apóstolos.

Para rezar bem, não é preciso fazer orações longas e rebuscadas. Existe oração mais simples e mais sublime do que a Ave-Maria? Ela resume toda a teologia cristã sobre Nossa Senhora. Nela há um louvor e uma invocação. O louvor contém tudo o que faz a grandeza de Maria. A invocação encerra tudo o que devemos pedir a Ela.

A primeira parte da Ave-Maria nos foi revelada pela Santíssima Trindade: ''Ave Maria cheia de graça, o Senhor é contigo''. Santa Isabel, iluminada pelo Espírito Santo, acrescentou a segunda: ''Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre''. E a Igreja, no primeiro concílio de Éfeso, no ano 430, acrescentou a conclusão, depois de ter definido que a Santíssima Virgem é verdadeiramente Mãe de Deus.

A Ave-Maria contém a fé e a esperança dos patriarcas, dos profetas e dos apóstolos. Ela é a constância e a força dos mártires, a ciência dos doutores, a perseverança dos confessores e a vida dos religiosos. Ela é o cântico da lei da graça, a alegria dos anjos e dos homens, o terror e a confusão dos demônios.

A Saudação Angélica é o arco-íris, o sinal da clemência e da graça que Deus concedeu ao mundo.

O valor da Ave-Maria

Conta o Beato Alano, para dar uma noção do valor da Ave-Maria, que uma religiosa muito devota do Rosário, que havia sofrido de uma doença em extremo dolorosa em vida, apareceu depois da morte a uma de suas irmãs e lhe disse: ''Se eu pudesse voltar a meu corpo para dizer somente uma Ave-Maria, ainda que fosse sem muito fervor, para obter o mérito desta oração, sofreria com gosto todas as dores que padeci antes de morrer''.

Relata ainda o Beato Alano, que tendo-lhe aparecido São Domingos lhe contou o que ocorrera, antes de uma pregação, sobre São João Evangelista, na Catedral de Notre Dame, em Paris. O Rosário era sua preparação para os sermões. Estava rezando, numa capela, quando lhe apareceu Nossa Senhora, trazendo um livro, que lhe disse:

- ''Domingos, por melhor que seja o sermão que decidiste pregar, trago aqui outro melhor''.

Muito contente leu o livro inteiro, e como Maria havia dito, compreendeu bem que aquilo era o que convinha pregar. Agradeceu de todo o coração a Maria e se dirigiu ao púlpito para começar a falar. Diante dele estavam os professores e alunos da Universidade de Paris além de grande número de pessoas de importância.

Sobre o Apóstolo São João apenas disse que tinha merecido ser escolhido para guardião da Rainha do Céu, e acrescentou:

''Senhores e mestres ilustres: estais acostumados a escutar sermões elegantes e sábios, porém eu não quero dirigir-vos as doutas palavras da sabedoria humana, mas mostrar-vos o Espírito de Deus e sua virtude''.

E então São Domingos passou a explicar a Ave-Maria como lhe tinha ensinado Nossa Senhora, comovendo assim profundamente todo aquele auditório de sábios.


A oração composta pelo Filho de Deus

Outra oração de que se compõe o Rosário é o Pai-Nosso - composta pelo próprio Filho de Deus. É a oração perfeita. Ela contém todos os nossos deveres para com Deus, os atos de todas as virtudes e a expressão de todas as nossas necessidades espirituais e corporais.

Ao dizer ''Pai-Nosso que estais nos Céus'', fazemos atos de fé, de adoração e de humildade. Desejando que ''seu Nome seja santificado'' , e glorificado, fazemos aparecer um zelo ardente pela glória dEla. Ao Lhe pedirmos a ''posse de seu Reino'', fazemos um ato de esperança. Desejando que ''sua vontade seja feita assim na Terra como no Céu'', mostramos um espírito de perfeita obediência.

Rogando-Lhe ''o pão nosso de cada dia'' praticamos a pobreza de espírito e o desapego dos bens da Terra. Suplicando-Lhe o ''perdão de nossos pecados'' fazemos um ato de contrição. E ''perdoando aqueles que nos ofenderam'' exercemos a misericórdia na sua mais alta perfeição. Pedindo-Lhe o ''socorro nas tentações'' fazemos atos de humildade, de prudência e de força. Esperando que Ele ''nos livre do mal'' praticamos a paciência. E se, ao recitarmos essa Prece não tivermos intenções contrárias ao sentido dessas divinas palavras, estaremos detestando todos os pecados e observando todos os Mandamentos da Lei de Deus.


Os Mistérios do Rosário

Faz parte do Rosário a meditação dos mistérios da vida de Jesus Cristo e de sua Mãe, que nos transportam misticamente para junto de Maria - lembra-nos o Papa João Paulo II, em sua luminosa Carta Rosarium Virginis Maria.

Ela vive com os olhos fixos em Cristo. As recordações de Jesus, estampadas na alma dEla, acompanharam-na em cada circunstância, levando-a a percorrer com o pensamento os vários momentos da sua vida junto com seu Filho. Foram estas recordações que constituíram, de certo modo, o ''rosário'' que Ela mesma recitou constantemente nos dias da sua vida terrena. Na meditação dos mistérios do Rosário - afirma ainda o Papa - os cristãos sintonizam com as recordações e o olhar de Maria. Ela é a nossa mestra na contemplação dos mistérios da vida de Jesus.

Não é pequeno o mérito que alcançamos com a meditação dos Mistérios do Rosário.

''Todas as vezes que os fiéis rezam, em estado de graça, o Santo Rosário, com a meditação dos mistérios da vida e paixão de Jesus Cristo, obtêm plena e completa remissão de seus pecados.'' - revelou um dia Maria Santíssima ao venerável Domingos da ordem dos Cartuxos.

E se alguém tiver a consciência carregada de algum pecado, tome o Rosário, recite uma parte dele, em honra de alguns Mistérios da vida de Jesus Cristo, e fique certo de que, enquanto estiver meditando e honrando tais Mistérios, Ele apresentará suas Chagas sagradas a seu Pai no Céu, intercedendo por quem está rezando e obtendo a contrição e o perdão de seus pecados, afirma São Luís Maria Grignion de Montfort, grande divulgador do Rosário.


Frutos do Rosário

Enquanto a devoção do Rosário foi praticada, a piedade florescia nas Ordens religiosas e no mundo cristão.

Mas 100 anos depois de ter sido divulgada por São Domingos, já tinha caído quase no esquecimento. Como conseqüência se multiplicaram os males sobre a cristandade: a peste negra devastou a Europa, dizimando um terço da população, surgiram novas heresias, a Guerra dos Cem Anos espalhou desordens por toda a parte e o Grande Cisma do Ocidente dividiu a Igreja durante longo período.

Para atalhar o mal, e sobretudo para preparar a Igreja para enfrentar os embates futuros, suscitou Deus o Beato Alano de la Roche, da Ordem Dominicana, para restaurar o antigo fervor pelo Rosário.

Um dia em que ele celebrava Missa, em 1460, perguntou-lhe Nosso Senhor: ''Por que me crucificas tu de novo? São teus pecados que me crucificam. E me crucificas ainda porque sabes que é necessário pregar o Rosário e assim desviar muitas almas do pecado. Se não o fazes és culpado dos pecados que elas cometem'' .

A partir de então o Beato Alano tornou-se um incansável divulgador do Rosário, restabelecendo esta devoção por toda a parte e convertendo grande número de almas.

Conta o Beato Alano, que numa revelação de Nossa Senhora a São Domingos, lhe havia dito Ela:

''Filho meu, não te surpreendas de que não tenham êxito tuas pregações, porque trabalhas em uma terra que não foi regada pela chuva. Quando Deus quis renovar o mundo, enviou antes a chuva da saudação angélica. Incentiva a devoção ao Rosário e recolherás grandes frutos para as almas.''


Os Papas pediram que se rezasse o Rosário

Foi, sobretudo, nos momentos em que a Igreja passou por grandes provações, que o Rosário teve um papel decisivo, fazendo com que os católicos perseverassem na Fé, e levantando uma barreira contra o mal.

Os Papas lhe confiaram as causas mais difíceis. Assim fez São Pio V, ao ver a cristandade ameaçada pelos exércitos do império otomano, que avançavam por mar e por terra devastando tudo e perseguindo os cristãos.

A 17 de setembro de 1569 o Papa pediu que se rezasse o Rosário em toda a Cristandade, pedindo a Nossa Senhora que protegesse a Igreja. Ao mesmo tempo, com o auxílio da Espanha e de Veneza reuniu uma esquadra para defender os países católicos do Mar Mediterrâneo dos ataques muçulmanos.

Dois anos depois, a 7 de outubro de 1571, a esquadra católica, comandada por Dom João de Áustria, encontrou a poderosa esquadra otomana no golfo de Lepanto, na Grécia. E apesar da superioridade numérica do adversário, os católicos saíram vitoriosos, afastando definitivamente o risco de uma invasão.

Antes da batalha, todos os soldados e marinheiros cristãos rezaram o Rosário com grande devoção. A vitória - que parecia quase impossível - deveu-se à proteção de Nossa Senhora do Rosário, que segundo testemunho dado pelos próprios muçulmanos, apareceu durante a batalha, infundindo-lhes grande terror.

Em Roma, o Papa São Pio V teve uma revelação, na mesma hora em que se dava a batalha, anunciando-lhe a vitória da esquadra católica.

Para celebrar tão grande triunfo sobre os adversários da verdadeira fé, São Pio V acrescentou à ladainha de Nossa Senhora a invocação ''Auxílio dos Cristãos'' . E instituiu no dia 7 de outubro a festa de Nossa Senhora das Vitórias, que um Papa posterior mudou para Nossa Senhora do Rosário.

Em muitas outras ocasiões Nossa Senhora interferiu em grandes batalhas, para proteger a Igreja e a Cristandade de seus piores inimigos.

Foi para comemorar a vitória do Príncipe Eugênio de Saboya sobre o exército otomano, em Temevar, na Romênia, devida também à eficácia do Rosário, que o Papa Clemente XI ordenou que a festa de Nossa Senhora do Rosário fosse celebrada universalmente.

Novas provações para a Igreja

A Igreja seria ainda sacudida por muitas tempestades. Para fortalecer seus filhos e prepará-los para suportar as grandes provações futuras, suscitou Deus uma alma de fogo para pregar de novo o Rosário, que mais uma vez tinha caído no esquecimento.

São Luís Maria Grignion de Montfort exerceu sua missão profética, um século antes da Revolução Francesa, que tantas desordens e perseguições à Igreja desencadeou naquele país, e em toda a Europa. As regiões que deram ouvidos à sua pregação foram as que melhor resistiram aos erros de sua época e conservaram a Fé íntegra.


''Rezai o Terço todos os dias para alcançar a paz e o fim da guerra''

Já no século XX, quando a I Guerra Mundial estava em seu auge, Nossa Senhora não suscitou nenhum profeta, ou santo para propagar o Rosário. Veio Ela mesma em pessoa lembrar aos homens que a solução para seus males estava ao alcance das mãos, nas contas do Rosário: ''Rezai o Terço todos os dias para alcançar a paz e o fim da guerra'' , repetiu ela maternalmente aos três pastorinhos, nas seis vezes que apareceu em Fátima.

Na última aparição, em outubro de 1917, a Virgem Maria disse quem era: ''Sou a Senhora do Rosário'' . E para atestar a autenticidade das aparições e a importância do Rosário, um milagre de grandeza nunca vista, foi presenciado pela multidão de 70.000 pessoas presentes no local: o sol girou no céu, ao meio-dia, parecendo precipitar-se sobre a terra, retomando depois sua posição habitual no firmamento.

Milagres dessa magnitude, só no Antigo Testamento encontramos. Mas nem assim o mundo deu ouvidos à Mãe de Deus. E nunca se abateram sobre a Terra tantas desgraças, nunca houve tantas guerras, nunca a desagregação moral chegou tão longe.

Mas o meio de obter a paz para o mundo, para as famílias, para os corações, continua ao alcance de nossas mãos, entre os dedos, nas contas benditas do Rosário, que Maria Santíssima trazia suspenso de seu braço quando apareceu em Fátima.


Divulguemos o Rosário!

Não é possível expressar quanto estima a Santíssima Virgem o Rosário sobre todas as demais devoções e como é generosa em recompensar os que trabalham para divulgá-lo.

Conta São Luís de Montfort o caso de um rei a quem Nossa Senhora protegeu particularmente, pelo simples fato de portar o Rosário à cintura:

Desejando que todos os seus servidores honrassem a Santíssima Virgem com o Santo Rosário e para animá-los com seu exemplo, ocorreu a Afonso IX, Rei de León, portar ostensivamente um grande Rosário, ainda que sem rezá-lo.

O que bastou para incentivar todos os seus cortesãos a rezá-lo devotamente.

Algum tempo depois o rei adoeceu gravemente, ficando às portas da morte. Foi então transportado em espírito ao tribunal de Deus. Viu os demônios que o acusavam de todos os crimes que havia cometido. E quando ia ser condenado às penas eternas, apresentou-se em sua defesa a Santíssima Virgem diante de Jesus.

Trouxeram uma balança onde foram colocados todos os pecados do Rei num dos pratos. A Virgem Maria colocou no outro o grande Rosário que ele portara em honra dEla, juntamente com os Rosários que, devido ao exemplo dele, haviam rezado outras pessoas, e pesavam mais que todos os seus pecados.

Depois, Maria Santíssima, olhando para o Rei com misericórdia disse: ''Consegui de meu Filho, como recompensa pelo pequeno serviço que Me fizeste, levando o Rosário, o prolongamento de tua vida por mais uns anos. Emprega-os bem, e faz penitência.''

O Rei, quando acordou exclamou: ''Oh! Bendito Rosário da Santíssima Virgem, por ele é que fui livre da condenação eterna.'' O Rei recuperou a saúde e passou a rezar o Rosário todos os dias até o fim da vida.

Ainda que vos encontreis à beira do abismo - afirma São Luís de Montfort - ou já com um pé no inferno, ainda que fosses endurecido e obstinado como um demônio, cedo ou tarde, vos convertereis e salvareis, contanto que rezeis devotamente todos os dias o Santo Rosário até a morte, para conhecer a verdade e obter a contrição e o perdão de vossos pecados.

Quando São Domingos pregava o rosário em Carcassone, no sul da França, um herege se dedicou a pôr em ridículo os milagres e os quinze mistérios do Santo Rosário, o que impedia a conversão de muita gente. Deus permitiu, para castigar esse homem, que 15.000 demônios entrassem em seu corpo.

Seus parentes o levaram até junto de São Domingos para que este o livrasse do espírito maligno. O Santo convidou então todos a rezarem com ele o Rosário, em voz alta. A cada Ave-Maria, a Santíssima Virgem fazia sair cem demônios do corpo do homem sob a forma de carvões acesos. Depois de curado, abandonou o erro e voltou ao seio da Igreja, juntamente com muitos outros companheiros, admirados com a virtude do Rosário.

Educados pelo Rosário

''O Rosário transporta-nos misticamente para junto de Maria (...) para que Ela nos eduque e nos plasme até que Cristo esteja formado em nós plenamente'' - ensina o Papa. E acrescenta ainda João Paulo II: ''Nunca, como no Rosário o caminho de Cristo e o de Maria aparecem unidos tão profundamente. Maria só vive em Cristo e em função de Cristo.''

Não admira, pois, que esta oração seja tão agradável a Jesus, que apareceu um dia a Santa Gertrudes contando moedas de ouro. Ela teve curiosidade de perguntar-lhe o que contava. ''Conto, respondeu Jesus Cristo, tuas Ave-Marias: é a moeda com que se compra meu paraíso.''

Nunca deixemos de rezar o Rosário, seja por termos muitas distrações involuntárias, falta de gosto em rezá-lo, ou muito cansaço. Para rezar bem o Rosário não é necessário gosto, consolação, nem aplicação contínua da imaginação. Bastam a fé pura e a boa intenção: Sola fides sufficit (Hb 11,6).

Quantos benefícios podemos alcançar pela recitação do Rosário!

Eleva-nos ao conhecimento perfeito de Jesus Cristo;

Purifica nossas almas do pecado;

Faz-nos vitoriosos contra todos os nossos inimigos;

Torna-nos fácil a prática das virtudes;

Abrasa-nos no amor de Jesus Cristo;

Enriquece-nos de graças e de méritos;

Fornece-nos com o que pagar todas as nossas dívidas com Deus e com os homens.

Palavras do Papa

Para concluir, recordemos as inspiradas palavras de S.S. João Paulo II na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae:

''O Rosário acompanhou-me nos momentos de alegria e nas provações. A ele confiei tantas preocupações; nele encontrei sempre conforto. O Rosário é minha oração predileta. Oração maravilhosa!''

''Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral!''

''Não te deixaremos nunca mais!''

''Serás o nosso conforto na hora da agonia. Seja para ti o último ósculo da vida que se apaga. E a última palavra dos nossos lábios há de ser o vosso nome suave, ó Rainha do Rosário, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos pecadores, ó soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em todo o lado, hoje e sempre, na terra e no Céu. Amém.''

Fonte: fatima.org.br

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