30 de Setembro dia Bílbia II
A Bíblia - Fonte de Revelação
Trecho de papiro do século 3 da Era
Cristã com uma das mais antigas cópias do Evangelho de João
(Foto: Reprodução)
Na condescendência
de sua bondade, Deus, para revelar-se aos homens, fala com eles em
palavras humanas: `A Palavra de Deus, expressada em línguas humanas, se
faz semelhante à linguagem humana, como a Palavra do Eterno Pai,
assumindo a nossa frágil condição humana, se fez semelhante aos homens`
(DV 13).
Deus é o autor da Sagrada Escritura. `As
verdades reveladas por Deus, que estão contidas e se manifestam na
Sagrada Escritura, se consignaram por inspiração do Espírito Santo.` Ele
inspirou os autores humanos dos livros sagrados.
A
Tradição apostólica fez a Igreja discernir quais escritos constituem a
lista dos Livros Santos. Esta lista integral é chamada `Cânon das
Escrituras`. Cânon vem da palavra grega `kanon` que significa `medida,
regra`.
O Cânon compreende para o Antigo Testamento
46 escritos e 27 para o Novo. Estes são: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Ruth, os dois livros de Samuel, os
dois livros dos Reis, os dois livros das Crônicas, Esdras e Neemias,
Tobias, Judith, Esther, os dois livros dos Macabeus, Jó, os Salmos, os
Provérbios, o Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, Sabedoria,
Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel,
Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias,
Ageu, Zacarias, Malaquias, para o Antigo Testamento.
Para
o Novo Testamento, os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de
João, os Atos dos Apóstoles, as Epístolas de Paulo aos Romanos, a
primeira e segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos
Filipenses, aos Colossenses, a primeira e segunda aos Tessalonicenses, a
primeira e segunda a Timóteo, a Tito, a Filemôn, a Epístola aos
Hebreus, a Epístola de Thiago, a primeira e segunda de Pedro, as três
Epístolas de João, a Epístola de São Judas e o Apocalipse.
Antigo testamento
Os judeus consideravam que existiam dois cânones dos Livros Santos: o Cânon Breve (palestinense) e o Cânon Longo (alexandrino).
O
Antigo Testamento em hebreu (Cânon Breve) está formado por 39 livros e
se divide em três partes: `A Lei`, `Os Profetas`e `Os Escritos`.
O
Antigo Testamento em grego (Canon Longo) está formado por 46 livros. A
versão grega da Bíblia, conhecida como dos Setenta, conta com 7 livros a
mais: Tobias, Judith, Baruc, Eclesiástico, I e II Macabeus e Sabedoria.
Além disso, algumas sessões gregas de Esther e Daniel. Estes livros são
conhecidos freqüentemente, embora a expressão não é necessariamente a
mais adequada, como `deutero-canônicos`.
Os judeus em
Alexandria tinham um conceito mais amplo da inspiração bíblica. Estavam
convencidos de que Deus não deixava de se comunicar com seu povo mesmo
fora da Terra Santa, e de que o fazia iluminando os seus filhos nas
novas circunstâncias em que se encontravam.
Os Apóstolos, ao levar o
Evangelho ao Império Greco-romano, utilizaram o Cânon Alexandrino.
Assim, a
Igreja primitiva recebeu este cânon que consta de 46 livros.
No
século III começaram as dúvidas sobre a inclusão dos assim chamados
`deutero-canônicos`. A causa foram as discussões com os judeus, nas
quais os cristãos só utilizavam os livros proto-canônicos.
Alguns
Padres da Igreja denotam estas dúvidas nos seus escritos -por exemplo
Atanásio (373), Cirilo de Jerusalém (386), Gregório Nazianzeno (389)-,
enquanto outros mantiveram como inspirados também os deutero-canônicos
-por exemplo Basílio ( 379), Santo Agustinho (430), Leão Magno (461)-.
A
partir do ano 393 diferentes concílios, primeiro regionais e logo
ecumênicos, foram fazendo precisões à lista dos Livros `canônicos`para a
Igreja. Estes foram:
* Concílio de Hipona (393)
* Concílio de Cartago (397 y 419)
* Concílio Florentino (1441)
* Concílio de Trento (1546)
Neste último, solenemente reunido no dia 8 de abril de 1546, se definiu dogmaticamente o cânon dos Livros Sagrados.
Os
protestantes só admitem como livros sagrados os 39 livros do cânon
hebreu. O primeiro que negou a canonicidade dos sete deuterocanônicos
foi Carlostadio (1520), seguido de Lutero (1534) e depois Calcino
(1540).
Novo testamento
O Novo Testamento está formado por 27 livros, e se divide em quatro partes:`Evagelhos`, `Atos dos Apóstolos`, `Epístolas` e `Apocalipse`.
Nas origens da Igreja, a regra da fé se encontrava no ensinamento oral dos Apóstolos e primeiros evangelizadores. Passado
o tempo, sentiu-se a urgência de consignar por escrito os ensinamentos
de Jesus e os traços ressaltantes da sua vida. Esta foi a origem dos
Evangelhos.Por
outro lado, os Apóstolos alimentavam espiritualmente os seus fiéis
mediante cartas, segundo os problemas que iam surgindo. Esta foi a
origem das Epístolas.
Ademais
circulavam entre os cristãos do primeiro século mais duas obras de
personagens importantes: `Os Atos dos Apóstolos`, escrita por Lucas, e o
`Apocalipse`, saído da escola de São João.Ao final do século I e começo do II, o número de livros da coleção variava de um Igreja a outra.Na
metade do século II, as correntes heréticas do Marcionismo (que
afirmava únicamente o Evangelho de Lucas e as 1 Epístolas de Paulo
tinham origem divino), e do Montanismo (Montano pretendia introduzir
como livros santos seus próprios escritos), urgiram a determinação do
Cânon do Novo Testamento.
Por volta do final do século II, a coleção do Novo Testamento era quase a mesma nas Igrejas do Oriente e Ocidente. Nos
tempos de Agustinho, os Concílios de Hipona (393) e de Cartago (397 e
419) reconheceram o Cânon de 27 livros, assim como o do Concilio de
Constantinopla (692) e o Concílio Florentino (1441).
Com a chegada do protestantismo, quiseram renovar antigas dúvidas e exculiram alguns.Lutero
rechaçava Hebreus, Thiago, Judas e o Apocalipse. Carlostadio e Calvino
aceitaram os 27. Os protestantes liberais não costumam falar de `livros
inspirados`, mas de `literatura cristã primitiva`.No Concílio de Trento foi apresentado oficial e dogmaticamente a lista íntegra do Novo Testamento.O
cristério objetivo e último para a aceitação do Cânon do Novo
Testamento será sempre a revelação feita pelo Espírito Santo e
transmitida fielmente por ela.
Quanto aos critérios secundários levados em conta, foram os seguintes:
1.- Sua origem apostólica (ou de geração apostólica).
2.- Sua ortodoxia na doutrina.
3.- Seu uso litúrgico antigo e generalizado.
Os idiomas da Bíblia
São três as línguas originais da Bíblia: HEBREU, ARAMAICO E GREGO.
Em Hebreu foi escrito:
- a maior parte do Antigo Testamento.
Em Aramaico foram escritos:
- Tobías
- Judith
- Fragmentos de Esdras, Daniel, Jeremias e do Gênesis
- o original de São Mateus
- Judith
- Fragmentos de Esdras, Daniel, Jeremias e do Gênesis
- o original de São Mateus
Em Grego foram escritos:
- o livro da Sabedoria
- o II Macabeus
- o Eclesiástico
- partes de Esther e de Daniel
- o Novo Testamento, menos o original de São Mateus
- o II Macabeus
- o Eclesiástico
- partes de Esther e de Daniel
- o Novo Testamento, menos o original de São Mateus
Catequese sobre a Bíblia
1. O que significa a palavra Bíblia?
Bíblia
é uma palavra de origem grega e indica o conjunto de muitos livros. De
fato, a Bíblia é uma biblioteca com vários livros de diferentes épocas,
autores e estilos literários.
2. Quantos são os livros da Bíblia?
A Bíblia tem um total de 73 livros.
O Antigo Testamento (ou Primeiro Testamento) contém 46 livros.
O Novo Testamento contém 27 livros.
3. Existe diferença entre a Bíblia protestante e a Bíblia da edição católica?
Sim, a Bíblia Católica tem mais livros que a protestante. O
Novo Testamento é igual para todos, mas no Antigo Testamento, a edição
católica tem sete livros a mais. Estes livros são: Tobias, Judite, 1º e
2º Livro dos Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, que são da
tradução grega.
4. A Bíblia já foi escrita com capítulos numerados, como temos hoje?
Não.
Nenhum livro da Bíblia foi escrito com capítulos numerados. Quem teve a
idéia de dividir a Bíblia em capítulos foi Estevão Langton, arcebispo
de Cantuária, professor na Universidade de Paris, em 1214 d.C.
5. Quem fez a divisão em versículos?
Em 1551 Robert Etiene, redator e editor em Paris, fez a experiência dividindo o NT de língua grega em versículos. Teodoro de Beza gostou da idéia e em 1565 dividiu toda a Bíblia em versículos. Estas
divisões em capítulos e versículos foram feitas para facilitar as
citações bíblicas e encontrar mais rápido os textos citados.
6. Como se encontram as citações bíblicas?
Na citação, capítulo é o número que vem antes da vírgula, e versículo é o número que vem depois da vírgula indicando onde começa e onde termina o texto escolhido. Exemplo: Gn 11,1-9, isto significa que você deve procurar o livro do Gênesis capítulo 11, versículos de 1 a 9.Na Bíblia os capítulos são os números grandes e os versículos são os números pequenos. Repare
também, a abreviatura indica o nome do livro, por exemplo, Gn =
Gênesis. Toda Bíblia traz no início uma relação dos livros com suas
abreviaturas.
7. Quem traduziu pela primeira vez toda a Bíblia e quando ela foi impressa assim como temos hoje?
A
primeira tradução, e a mais famosa, da Bíblia para o latim é a de São
Jerônimo, conhecida como Vulgata (do latim = a divulgada). Isto
aconteceu por volta do ano 400 d.C., a pedido do Papa Damaso. Na
verdade, a primeira tradução da Bíblia foi a tradução da Bíblia hebraica
(dos judeus) para o grego, conhecida como tradução dos LXX (70), muito
usada na época de Jesus e das comunidades.
8. E antes de surgir a imprensa, como a Bíblia se apresentava?
De
diversas formas: em pedados de papel vegetal, em rolos de pergaminhos
(couro de animal), em papiro (espécie de papel vegetal) e em “folhas”.
9. Qual o significado das palavras exegese e hermenêutica?
A
palavra “exegese” é um termo grego para explicar o trabalho que fazem
os estudiosos na análise de um texto bíblico. Significa “tirar de
dentro” tudo o que o texto diz.
A
palavra “hermenêutica” também é uma palavra de origem grega e significa
o trabalho de encontrar a mensagem que está escondida por trás das
palavras e aplicá-la ao hoje.
10. Como a Bíblia chegou até nós?
A Bíblia antes de ser escrita foi vivida.A Bíblia começou a ser escrita durante o reinado de Salomão, por volta de 950 a.C. O Antigo (ou Primeiro) Testamento ficou pronto por volta de 50 a.C., e o Novo Testamento no final do primeiro século.
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