30 de Setembro - Dia Bíblia
“Palavra de Deus constantemente anunciada na liturgia, permanece sempre viva e eficaz pela potencia do Espírito Santo e manifesta o amor do Pai que nunca cessa de agir em relação a todos os seres humanos”.
O DIA DA BÍBLIA
Dom Fernando Arêas Rifan*
No próximo dia 30, último
domingo
de setembro, celebraremos o dia nacional da Bíblia, que
coincide com a festa de
São Jerônimo, o grande tradutor dos Livros Santos. Aliás, o
mês de setembro é o
mês da Bíblia, todo dedicado a despertar e promover entre os
fiéis o
conhecimento e o amor dos Livros Santos, a Palavra de Deus
escrita, redigida
sob a moção do Divino Espírito Santo, motivando-os para sua
leitura cotidiana,
atenta e piedosa.
É de São Jerônimo a célebre
frase: “Ignorar a Sagrada Escritura é ignorar o próprio
Cristo”. Portanto, o
conhecimento e o amor à Sagrada Escritura decorrem do
conhecimento e do amor
que todos devemos a Nosso Senhor.
O ponto central da Bíblia,
convergência de todas as profecias, é Jesus Cristo. O Antigo
Testamento é
preparação para a sua vinda e o Novo, a realização do seu
Reino. “O Novo estava
latente no Antigo e o Antigo se esclarece no Novo” (Santo
Agostinho).
Dizemos que a Bíblia foi
inspirada por Deus, que vem a ser assim o seu autor principal,
embora escrita
por homens, por Deus movidos e assistidos enquanto escreviam.
A Bíblia não é um livro só,
mas
um conjunto de 73 livros, redigidos por autores diferentes em
épocas, línguas e
locais diversos, num espaço de tempo de cerca de mil e
quinhentos anos. Sua
unidade se deve ao fato de terem sido todos eles inspirados
por Deus, seu autor
principal e garantia da sua inerrância.
É o livro sagrado por
excelência,
escrito para o nosso bem. “Toda a Escritura é inspirada por
Deus, e útil para
ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na
justiça. Por ela, o
homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa
obra” (II Tim 3,
16-17).
Mas a Bíblia não é um livro
de
ciências humanas. Por isso a Igreja Católica reprova a leitura
fundamentalista
da Bíblia, que teve sua origem na época da Reforma Protestante
e que pretende
dar a ela uma interpretação literal em todos os seus detalhes.
Além disso, a Bíblia não é
um
livro fácil de ser lido e interpretado. São Pedro, falando das
Epístolas de São
Paulo, nos diz que “nelas há algumas passagens difíceis de
entender, cujo
sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos
deturpam, para a sua
própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras”
(II Ped 3, 16).
Por isso, o mesmo São
Pedro nos
adverte: “Sabei que nenhuma profecia da Escritura é de
interpretação pessoal.
Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma
vontade humana.
Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de
Deus”. Assim,
o ofício de interpretar autenticamente
a palavra de Deus escrita (a Bíblia Sagrada) ou transmitida
oralmente (a
Sagrada Tradição) foi confiado unicamente ao Magistério vivo
da Igreja, cuja
autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, que disse aos
Apóstolos e seus
sucessores “até a consumação dos séculos”: “Ide e ensinai a
todos os povos tudo
o que vos ensinei... quem vos ouve a mim ouve”.
Saiba mais sobre a Bíblia Sagrada
1. O que é a Bíblia?
"A Bíblia é o conjunto de livros que, tendo sido escritos sob a inspiração do Espirito Santo, têm Deus como autor, e como tais foram entregues à Igreja".
TESTAMENTO (novo ou antigo): é a tradução da palavra hebraica "berite" que significa a aliança de Deus com o povo por Moisés. Na tradução dos 70 a palavra "berite" foi traduzida por "diatheke", que em grego quer dizer aliança, contrato, testamento.
OBS: A 'tradução dos 70' é uma das versões mais antigas da Bíblia. Segundo a tradição, este trabalho teria sido realizado por 70 sábios da antiguidade.
2. Quais as partes que compõem a Bíblia?
A Bíblia se divide em duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo refere-se ao período anterior a Jesus Cristo e o Novo se refere ao período cristão. Cada uma destas partes se compõe de diversos 'livros', escritos em épocas históricas diferentes. A seguir, a relação dos livros com uma breve referência ao conteúdo deles.
LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
- Pentateuco (cinco primeiros livros: Gênesis, Êxodo, Levitico, Números, Deuteronômio)
- Josué (narra a entrada do povo de Deus na Palestina)
- Juizes (narra a conquista da Palestina)
- I e II de Samuel (relatos da época de Saul e Davi, continuação da conquista)
- I e II dos Reis (relatos sobre Salomão e seus sucessores)
- I e II das Crônicas (continuação dos relatos sobre os outros Reis)
- I e II dos Macabeus (continuação do período dos Reis)
- Livro de Rute (faz alusão ao universalismo. Noemi era pagã e se inseriu no povo de Deus).
- Livro de Tobias, Livro de Judite, Livro de Ester (pertencem ao gênero de contos. São livros do tempo do exílio, quando se apresentavam exemplos de abnegação ao povo oprimido, convidando-os a suportar o sofrimento).
- Livro de Isaías (cap.l a 39 são do próprio escritor; cap. 40 a 55 são de discípulos; cap.56 a 66 são de outros escritores posteriores)
- Livro de Jeremias (ditado por este a Baruc, seu secretário)
- Livro de Ezequiel (um dos profetas maiores)
- Livro de Daniel (tem um conteúdo apocalíptico )
- Livro de Jó (do gênero conto, procura demonstrar que não só os bons são felizes. Tem por objetivo combater uma idéia comum de que só os ricos eram os abençoados por Deus).
- Livros Sapienciais (Eclesiastes ou Qohelet; Eclesiástico ou Siráside; Provérbios, Sabedoria e Cântico dos Cânticos). São reflexões de cunho acentuadamente humanístico, aproveitamento do saber oriental.
- Livro dos Salmos (coleção de cantos litúrgicos).
- Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias (chamados menores não com relação à sua importância, mas ao tamanho de seus escritos).
- Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas - têm muitas semelhanças entre si ).
- Evangelho de João (maior desenvolvimento teórico, influência filosófica de época)
- Atos dos Apóstolos (narram a missão dos apóstolos após a Ressurreição de Cristo)
- Epístolas de Paulo (historicamente, os primeiros escritos do NT)
- Epístolas Católicas (Pedro, Tiago, Judas): dirigidas a todos os fiéis, por isso, universais.
- Apocalipse (escrito por João, na base de códigos, símbolos).
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