Pedro e Paulo " mãos" do Evangelho !

Apresentamos a intervenção pronunciada por Bento XVI nesta quarta-feira, solenidade dos santos Pedro e Paulo, antes de rezar a oração mariana do Ângelus juntos a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

 
Perdão pelo longo atraso. A Missa em honra dos santos Pedro e Paulo foi longa e belíssima. E meditamos também sobre esse magnífico hino da Igreja de Roma, que começa com as palavras “O Roma felix”. Hoje, na solenidade dos santos Pedro e Paulo, padroeiros desta cidade, cantamos assim: “Feliz Roma, porque foste empurpurada pelo precioso sangue destes grandes príncipes. Não pelo teu louvor, mas pelos seus méritos, superas toda beleza!”. Como cantam os hinos da tradição oriental, os dois grandes apóstolos são as “asas” do conhecimento de Deus, que percorreram a terra até seus confins e subiram ao céu; eles são as “mãos” do Evangelho da graça, os “pés” da verdade do anúncio, os “rios” da sabedoria, os “braços” da cruz (cf. MHN, t. 5, 1899, p. 385).

 
O testemunho de amor e de fidelidade dos santos Pedro e Paulo ilumina os pastores da Igreja, para conduzir os homens à verdade, formando-os na fé em Cristo. São Pedro, em particular, representa a unidade do colégio apostólico. Por este motivo, durante a liturgia celebrada nesta manhã na Basílica Vaticana, impus a 40 arcebispos metropolitanos o pálio, que manifesta a comunhão com o Bispo de Roma na missão de guiar o povo de Deus à salvação. São Irineu, bispo de Lyon no século II, escreveu que, à Igreja de Roma, propter potentiorem principalitatem [por sua peculiar principalidade], devem convergir todas as demais igrejas, isto é, os fiéis que estão em todas as partes, porque nela foi custodiada sempre a tradição que vem dos apóstolos (Adversus haereses, III,3,2).

 
É a fé professada por Pedro que constitui o fundamento da Igreja: “Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo”, diz o Evangelho de Mateus (16, 16). O primado de Pedro é uma predileção divina, como é também a vocação sacerdotal: “porque isso não te foi revelado pela carne nem pelo sangue – diz Jesus –, mas pelo meu Pai que está nos céus” (Mt 16, 17). Assim acontece com quem decide responder ao chamado de Deus com a totalidade da própria vida. Eu me lembro com muito carinho deste dia, no qual se cumpre meu sexagésimo aniversário de ordenação sacerdotal. Agradeço ao Senhor pelo seu chamado e pelo ministério que me confiou; e agradeço também a todos aqueles que, nesta circunstância, manifestaram-me sua proximidade e seu apoio à minha missão com a oração, que, de todas as comunidades eclesiais, sobe incessantemente até Deus (cf. Atos 12, 5), traduzindo-se em adoração a Cristo Eucaristia, para acrescentar a força e a liberdade de anunciar o Evangelho.

Neste clima, saúdo cordialmente a delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, presente hoje em Roma, seguindo a significativa tradição, para venerar os santos Pedro e Paulo e compartilhar comigo o auspício da unidade dos cristãos querida pelo Senhor.

 
Invoquemos com confiança a Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos, para que todo batizado se converta cada vez mais em uma “pedra viva” que constrói o Reino de Deus.

[Após rezar o Ângelus, Bento XVI saudou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:] Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular os arcebispos de Angola e do Brasil, a quem hoje impus o Pálio, com os familiares e amigos que os acompanham. À Virgem Maria confio as vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o precioso dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro, ao dar-vos a bênção apostólica.

fonte: www.catolicosempre.org.br



Pedro e  Paulo : Pilares da Igreja

"São Pedro: Simão era um pescador de Betsaida, que mais tarde se estabeleceu em Cafarnaum. Seu irmão André o introduz entre os que seguem Jesus; mas Simão havia sido certamente preparado para este encontro por João Batista. O Cristo lhe muda o nome e o chama “Pedra”, para realizar em sua pessoa o tema da pedra fundamental. 


Chamado por nosso Salvador, Jesus Cristo, enquanto pescava no Lago de Genesaré (Mar de Tiberíades), sempre demonstrou uma especial devoção e determinação, pelo que se fez digno de uma especial abordagem do Senhor, como o Apóstolo Tiago (Jacó) e São João, o Teólogo. Espiritualmente forte e fervoroso,  ele ocupou, na verdade, um lugar influente entre os apóstolos de Cristo. Foi o primeiro que confessou com determinação ao Senhor Jesus como o Cristo…


São Paulo: depois de sua conversão na estrada de Damasco, Paulo percorre em quatro ou cinco viagens, o Mediterrâneo. Faz a primeira viagem em companhia de Barnabé; partem de Antióquia, param na ilha de Chipre e depois percorrem a atual Turquia. 


Após o Concílio dos Apóstolos em Jerusalém, Paulo inicia uma segunda viagem, desta vez expressamente como “convidado dos doze”. Atravessa novamente a Turquia, evangeliza a Frígia e a Galácia, onde adoece. Passa à Europa com Lucas e funda a comunidade de Filipos (Grécia Setentrional). Depois de um período de prisão, evangeliza a Grécia; em Atenas sua missão encontra nos filósofos um obstáculo; em Corinto funda uma comunidade que lhe dá mais trabalho. Em seguida volta à Antióquia.


Uma terceira viagem o leva às Igrejas fundadas na atual Turquia, especialmente à Efeso, depois à Grécia e a Corinto. De passagem em Mileto, anuncia aos anciãos sua próxima provação. De fato, pouco depois de sua volta a Jerusalém é preso pelos hebreus e posto no cárcere. Sendo cidadão romano, Paulo apela para Roma. 


Empreende assim uma quarta viagem, esta a Roma, mas não mais em estado de liberdade. Chega a Roma no ano 60 ou 61; é mantido na prisão até cerca do ano 63; no entanto, aproveitando de algumas facilidades que lhe são proporcionadas, entra em frequente contato com os cristãos da cidade e escreve as “cartas do cativeiro” 


Libertado no ano 63, faz, provavelmente, uma última viagem à Espanha ou às comunidades dirigidas por Timóteo e Tito, às quais escreve cartas que deixam transparecer seu fim próximo. De novo preso e encarcerado, Paulo sofre o martírio acerca do ano 67.


Pedro e Paulo: dois nomes que ao longo dos séculos personificaram a Igreja inteira, em sua ininterrupta Tradição. Aos dois primeiros mestres da fé chegou-se mesmo a “confessar” os pecados no Confiteor, reconhecendo neles a Igreja histórica. Para os orientais, os dois “irmãos” também significam todo o colégio apostólico, como pedras fundamentais da fé.


Ainda hoje o Papa invoca a autoridade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo quando, em seus atos oficiais, quer referir a Tradição à sua fonte: a palavra de Deus. Só pela escuta desta palavra no Espírito, pode a Igreja se “tornar perfeita” no amor em união com o Papa, os bispos e toda a ordem sacerdotal."
 
autor : Dom Moacyr José Vitti CSS, arcebispo metropolitano de Curitiba.
exraido de www.gazetadopovo.com.br 

"Tu es Petrus et super hanc petram aedificabo ecclesiam meam"

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