Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

Eu sou a maculada Conceição !

“Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3, 15).“Não foi Adão o seduzido, mas a mulher” (1Tm 2,14)“Na plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho ao mundo nascido de uma mulher” (Gl 4,4).No ponto central da história da salvação se dá um acontecimento ímpar em que entra em cena a figura de uma Mulher.; portanto, devia ser também por meio da mulher que a salvação chegasse à terra.


São Leão Magno, Papa do século V e doutor da Igreja, afirma:“O antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava com certa razão seu direito à tirania sobre os homens e oprimia com poder não usurpado aqueles que havia seduzido, fazendo-os passar voluntariamente da obediência aos mandamentos de Deus para a submissão à sua vontade. Era portanto justo que só perdesse seu domínio original sobre a humanidade sendo vencido no próprio terreno onde vencera”.O Senhor antecipou para Maria, a “bendita entre todas as mulheres”, a graça da Redenção que seu Filho conquistaria com Sua Paixão e Morte. A Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi o primeiro fruto da Redenção de Jesus. E Maria foi concebida no seio de sua mãe, Santa Ana, sem o pecado original.Como disse o cardeal Suenens:“A santidade do Filho é causa da santificação antecipada da Mãe, como o sol ilumina o céu antes de ele mesmo aparecer no horizonte”.


O cardeal Bérulle explica assim:“Para tomar a terra digna de trazer e receber seu Deus, o Senhor fez nascer na terra uma pessoa rara e eminente que não tomou parte alguma no pecado do mundo e está dotada de todos os ornamentos e privilégios que o mundo jamais viu e jamais verá, nem na terra e nem no céu” (Temas Marianos, p. 307).O Anjo Gabriel lhe disse na Anunciação: “Ave, cheia de graça...” (Lc 1,2Cool. Nesse “cheia de graça”, a Igreja entendeu todo o mistério e dogma da Conceição Imaculada de Maria. Se ela é “cheia de graça”, mesmo antes de Jesus ter vindo ao mundo, é porque é desde sempre toda pura, bela, sem mancha alguma; isto é, Imaculada.


Em 8 de dezembro de 1854 o Papa Pio IX declarava dogma de fé a doutrina que ensinava ter sido a Mãe de Deus concebida sem mancha por um especial privilégio divino.Na Bula “Ineffabilis Deus”, o Papa diz:“Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um especial privilégio de Deus Todo Poderoso e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis”.Em 1476 a festa da Imaculada foi incluída no Calendário Romano.

Em 1570, o papa Pio V publicou o novo Ofício e, em 1708, o papa Clemente XI estendeu a festa a toda a Cristandade tornando-a obrigatória.S. Luiz de Montfort: “Neste seio virginal, Deus preparou o “paraíso do novo Adão” (TVD, n. 1Cool.Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja (†1787), disse:“Maria tinha de ser medianeira de paz entre Deus e os homens. Logo, absolutamente não podia aparecer como pecadora e inimiga de Deus, mas só como Sua amiga, toda imaculada” (GM, p. 209). E ainda: “Maria devia ser mulher forte, posta no mundo para vencer a Lúcifer, e portanto devia permanecer sempre livre de toda mácula e de toda a sujeição ao inimigo” (GM, p. 209).


S. Bernardino de Sena (†1444): “Antes de toda criatura fostes, ó Senhora, destinada na mente de Deus para Mãe do Homem Deus. Se não por outro motivo, ao menos pela honra de seu Filho, que é Deus, era necessário que o Pai Eterno a criasse pura de toda mancha” (GM, p. 210).S. Tomas de Vilanova († 1555), espanhol, disse:“Nenhuma graça foi concedida aos santos sem que Maria a possuísse desde o começo em sua plenitude” (GM, p. 211).S. Anselmo, bispo e doutor da Igreja († 1109):“Deus, que pôde conceder a Eva a graça de vir ao mundo imaculada, não teria podido concedê-la também a Maria?”“A Virgem, a quem Deus resolveu dar Seu Filho Único, tinha de brilhar numa pureza que ofuscasse a de todos os anjos e de todos os homens e fosse a maior imaginável abaixo de Deus” (GM, p. 212).


S. Afonso de Ligório afirma:“O espírito mau buscou, sem dúvida, infeccionar a alma puríssima da Virgem, como infeccionado já havia com seu veneno a todo o gênero humano. Mas louvado seja Deus! O Senhor a previniu com tanta graça, que ficou livre de toda mancha do pecado. E dessa maneira pode a Senhora abater e confundir a soberba do inimigo” (GM p. 210).Nenhum de nós pode escolher sua Mãe; Jesus o pode.Pergunta S. Afonso: “Qual seria aquele que, podendo ter por Mãe uma rainha, a quisesse uma escrava? Por conseguinte, deve-se ter por certo que a escolheu tal qual convinha a um Deus” (GM, p. 213).


Santo Tomás de Aquino: “Quando Deus eleva alguém a uma alta dignidade, também o torna apto para exercê-la. Portanto tendo eleito Maria para Sua Mãe, por Sua graça a tornou digna de ser livre de todo o pecado, mesmo venial; caso contrário, a ignomínia da Mãe passaria para o Filho” (GM, p. 215).S. Agostinho de Hipona, Bispo e doutor da Igreja (†430):“Nem se deve tocar na palavra “pecado” em se tratando de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça” (GM, p. 215).Maria é aquilo que disse o salmista:“O Altíssimo santificou seu tabernáculo; Deus está no meio dele” (Sl 45,5); ou ainda: “A santidade convém à Vossa casa, Senhor” (Sl 42,6).S. Cirilo de Alexandria (370-444), bispo e doutor da Igreja, pergunta:“Que arquiteto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?” (GM, p. 216). Assim Deus jamais permitiu que seu inimigo tocasse naquela em que Ele seria gerado homem.

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