Maria Santíssima - A Mãe das mães


Pertence à santidade, como elemento característico e necessário, a magnanimidade e, consequentemente, a liberalidade para difundir e comunicar a outros os dons e riquezas próprias. Deus infinitamente Santo e Magnânimo, a Santíssima Trindade, quis fazer-nos participantes da sua vida do modo mais conveniente e oportuno. E para nos ajudar a alcançar tão grande felicidade, favorecendo-nos com a sua graça e elevando a nossa condição à ordem sobrenatural, decretou – entre outros sinais claros e patentes do seu amor – colocar-nos sob a protecção de quem trouxe Cristo à terra: Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

A figura de Maria, o seu papel no nascimento e na vida de Jesus – e no caminhar dos cristãos – mostra bem às claras a predilecção e delicadeza com que as três Pessoas divinas nos enchem de bênçãos. Por isso – como a alma se alegra ao pensar nisso – todas as realidades cristãs na história recebem, a partir do Verbo encarnado, de quem essencialmente derivam, um profundo cunho mariano. Este é um traço impresso pelo próprio Deus na sua Igreja, e, como tal, um elemento básico da nossa fé. A centralidade de Maria na economia da salvação, fundada na de Jesus Cristo, ficou estabelecida por Deus ao escolhê-la como Mãe do seu Filho encarnado e ao confiar-lhe, ao pé da Cruz, o cuidado por cada um de nós.

As verdades sobre a Virgem Maria são admiráveis. Por isso tudo o que se refere á sua pessoa refulge perante os nossos olhos com esplendor sempre novo. Os dons sobrenaturais que a embelezam e a tornam capaz de desempenhar a sua missão, junto a Cristo, ao longo da história da salvação, constituem um luminoso farol aceso diante de nós. O seu trabalho quotidiano em Nazaré, servindo e convivendo com o seu Filho em companhia de S. José; a sua fidelidade no momento terrível da Paixão de Jesus e nas horas que precederam a Ressurreição; a sua delicada presença nos primeiros passos da comunidade cristã, mostram-se-nos como um livro aberto em que havemos de ler e meditar continuamente. Nem o mais pequeno dos seus gestos carece de significado, transbordante sempre de conteúdo, por amor à vontade de Deus que encerra.

É POSSÍVEL – A VIDA DE MARIA MANIFESTA-O CLARAMENTE – ESTAR PLENAMENTE IMERSO NAS COISAS PEQUENAS DE CADA DIA E, AO MESMO TEMPO, DIVINIZÁ-LAS. É ACESSÍVEL SERMOS «CONTEMPLATIVOS NO MEIO DO MUNDO»

Assim o entendeu a tradição cristã, cheia de hinos, cânticos e invocações marianas. E no entanto devemos reconhecer ao mesmo tempo que ainda estamos longe de compreender e descobrir toda a dignidade e grandeza espiritual de Nossa Senhora. A Igreja venera-a com afecto filial como Mãe amadíssima e considera-a modelo de fé, de esperança e de caridade e de todas as outras virtudes. Persuadidos desta realidade, que tão de perto nos diz respeito, desejamos progredir com força na «experiência particular do amor materno de Maria que conduz directamente, como repetia S. Josemaria, a encontrar o amor de Deus Pai, de Deus Filho e de Deus Espírito Santo».

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