Mensagem de Natal do Sr. Bispo Dom Fernando Areas Rifan - Adapostolica - 24 Dez. 2012
“Quando um profundo silêncio envolvia todas as coisas, a Vossa Palavra desceu dos Céus e do Trono Real” (Sb 18,14). A partir do momento em que nos deu o seu Filho, que é a sua única e definitiva Palavra, Deus nos disse tudo de uma só vez nessa Sua Palavra e não tem mais nada a dizer” (São João da Cruz).
Feliz tempo de Natal, no silêncio,
na paz, na oração e no amor!
E abençoado Ano Novo!
Com gratidão e meu abraço fraterno,
+ Dom Fernando Arêas Rifan*
A FELICIDADE
DO NATAL!
O primeiro
Natal, do qual celebramos a memória no dia 25, foi realmente alegre e feliz. Que alegria
e que felicidade! Nasceu Jesus, o Messias prometido desde o Paraíso perdido,
esperado pelos Patriarcas desde Adão, razão de ser do povo eleito, o Salvador
da humanidade, Deus feito homem. E os anjos anunciaram aos pastores essa
felicidade. A aparição da estrela misteriosa fez renascer a felicidade no
coração dos Magos que vieram do Oriente.
Segundo a
filosofia (Cícero e Boécio), felicidade é o estado constituído pelo acúmulo de
todos os bens com a ausência de todos os males.
Então, como
poderemos chamar feliz um Natal onde houve desprezo, rejeição – Jesus nasceu
numa estrebaria por falta de lugar para Ele nas casas e nas hospedarias -,
lágrimas, gritos, morte, luto – Herodes, perseguindo Jesus, mandou matar as
crianças de Belém – fuga, desterro, pobreza, sacrifícios?
Realmente,
felicidade perfeita, na definição filosófica, só se encontrará no Céu, na
Jerusalém celeste, onde Deus “enxugará toda a lágrima dos seus olhos e já não
haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque tudo isto passou” (Ap 21,4).
É a grande
lição do Natal: é possível ser feliz no desterro, na dor, no desprezo, no luto,
até com lágrimas, aqui na terra. Aqui, a felicidade consiste em ter Jesus, em
estar com Jesus, em amar Jesus de todo o coração, com a esperança de tê-lo
perfeitamente um dia no Céu. Talvez tenha sido essa a felicidade que Assis
Valente, autor de “Anoiteceu”, não conhecia quando a pediu ao Papai Noel.
Talvez por isso tenha se matado, pois ele e ela não vieram.
Aqui, o que
faz a felicidade é a esperança: "alegres pela esperança, pacientes na
tribulação" (Rm 12,12). O cristão é otimista pela esperança. É feliz
porque espera. Mesmo quando sofre. Mesmo no meio dos sofrimentos, angústias e
dores, pode-se ter a felicidade. Por isso, o primeiro Natal foi cheio de
felicidade. A pobre estrebaria de Belém era o Céu. Ali faltava tudo e não
faltava nada. Ali estava a felicidade que a todos encheu de alegria: Jesus.
O presépio
de Belém é o princípio da pregação de Jesus, o resumo da sua Boa Nova, o
Evangelho. Dali, daquele pequeno púlpito, silenciosamente, ele nos ensina o
desprezo da vanglória desse mundo, o valor da pobreza e do desprendimento, o
nada das riquezas, a necessidade da humildade, o apreço das almas simples, a
paciência, a mansidão, a caridade para com o próximo, a harmonia na convivência
humana, o perdão das ofensas, a grandeza de coração, a pureza de alma, enfim,
todas as virtudes cristãs que fariam o mundo muito melhor, se as praticasse.
É por isso
que o Natal cristão é festa de paz e harmonia, de confraternização em família,
de troca de presentes entre amigos, de gratidão e de perdão. Pois é a festa
daquele que, sendo Deus, tornou-se nosso irmão aqui na terra, ensinando-nos o
que é a felicidade.
É assim que
desejo a todos os meus caros leitores um verdadeiro
FELIZ NATAL!
*Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal S. Joâo Maria Vianney
*Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal S. Joâo Maria Vianney
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