Reflexão - a Novena do Santo Natal


 Não é lícito entristecer-se, quando se comemora o nascimento da vida”. E isto é o Santo Natal: nascimento da vida, pois, Jesus Cristo, o Menino que nos é dado no Natal, é a Vida.


(São Leão Magno)

A Novena do Santo Natal  exprime a "admiração comovida da Igreja na contemplação do mistério da vinda de Cristo, invocado com títulos tomados de clássicas imagens bíblicas: Mistério, Libertação, Sabedoria, Guia da casa de Israel, Rebento de Jessé, Chave de Davi, Sol da justiça, Rei das nações, Emanuel. Em alguns lugares do Brasil são muito conhecidas, chegando a dar um título curioso na devoção mariana" - “Nossa Senhora do Ó”.

"Sua origem remonta ao século VIII. Seu autor é desconhecido, embora alguns atribuam ao Papa Gregório Magno. Mas certamente alguém com um profundo conhecimento das Escrituras, porque ligou várias passagens do Antigo Testamento, criando algo novo e original

Elas têm todas uma estrutura semelhante: invocação ao Cristo, sempre iniciada em “Ó”, seguida do sentido desta invocação e um pedido. Num ritmo progressivo, a cada dia que passa aumenta a densidade da súplica, conduzindo-nos para dentro do mistério do Natal que estamos para celebrar, ajudando-nos a centrar no Cristo todas as nossas aspirações e desejos.

É uma súplica cheia de desejo dirigida ao próprio Cristo, para que venha salvar-nos sem demora. Ele é o mistério escondido e agora manifestado para trazer boa nova e libertação aos oprimidos. É Ele a Sabedoria que saiu da boca do altíssimo, guia do povo em êxodo, sinal para todas as nações, portador da chave que liberta das prisões. Cristo é o Sol nascente, resplendor da Luz eterna para os que jazem nas trevas, portador do nome divino, o Emanuel, Deus conosco, esperado das nações e desejado de todos corações a quem invocamos com toda ternura do coração: Vem, Senhor Jesus.

O desejo é a nossa oração, dizia Santo Agostinho. Nosso desejo, no entanto, precisa ser educado. As antífonas não eliminam nosso desejo, mas educam-no. Libertam o nosso desejo dos seus instintos egoístas. Universalizam e dão densidade aos nossos desejos. Elas são expressão do Espírito que vem em nossa fraqueza e reza em nós.

As imagens quase sempre evocando uma força que se revela na vida dos pobres e dos excluídos conjugam os títulos divinos de Cristo com sua humanidade e sua repercussão em nossa humanidade. Apresentando estes títulos, as antífonas evangelizam nossas imagens de Jesus Cristo. Muitas vezes construímos imagens não bíblicas, não cristãs, do próprio Senhor a quem seguimos. Elas nos ajudam, assim, a desenhar o rosto do Senhor no qual pusemos toda a nossa esperança e a viver com toda a intensidade, sem superficialidades e antecipações, o compasso da espera dos nove dias que preparam a festa do natal do Senhor.

Sabedoria,

Que saístes da boca do Altíssimo, e atingis os confins de todo o universo e com força e suavidade governais o mundo inteiro!
Oh! Vinde ensinar-nos o caminho da prudência!


Ó Adonai,
Guia da casa de Israel, que aparecestes a Moisés na sarça ardente e lhe destes a vossa lei sobre o Sinai:
Vinde salvar-nos com o braço poderoso!

Ó Raiz de Jessé,
Ó estandarte, levantado em sinal para as nações!
Ante vós se calarão os reis da terra, e as nações implorarão misericórdia:


Ó Chave de Davi,
Cetro da casa de Israel, que abris e ninguém fecha, que fechais e ninguém abre:
Vinde logo e libertai o homem prisioneiro, que nas trevas e na sombra da morte, está sentado.


Ó Sol nascente,
Justiceiro, resplendor da luz eterna:
Oh! Vinde e iluminai os que jazem entre as trevas e, na sombra do pecado e da morte, estão sentados!


Ó Rei das nações,
Desejado dos povos; Ó Pedra angular, que os opostos unis:
Oh! Vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da terra.


Ó Emanuel:
Deus-conosco, nosso Rei Legislador, Esperança das nações e dos povos Salvador:
Vinde enfim para salvar-nos, ó Senhor e nosso Deus!

fonte http://www.apostoladoliturgico.com.br/

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