Prepação para o Tempo da Quaresma - 2011



 
"Os três domingos  consecutivos da  septuagésima, sexagésima e  quinquagésima (70, 60 e 50 dias  antes da Páscoa), tem por fim encaminhar  os  fiéis à preparação próxima da festa pascal.  Chama-se  Quaresma os 40 dias  de jejum e penitência que precedem à festa da Páscoa.  Essa preparação existe  desde o tempo dos Apóstolos, que limitaram sua duração a 40 dias , em memória do jejum de Jesus  Cristo no deserto. Durante esse tempo a  Igreja  veste seus  ministros com paramentos de cor roxa e suprime os cânticos de alegria: O "Glória",  o "Aleluia" e o "Te Deum". 


Na  4ª.  feira depois do domingo da quinquagésima, dia que começa a Quaresma, a Igreja  faz  imposição das cinzas (quarta-feira de cinzas), para lembrar os fiéis que são pó  e  em pó hão de tornar. 


Nesse  tempo santo, convém:  fazer penitência, observando a lei do jejum ( obrigatório na Quarta-Feira de Cinzas e Sexta da Paixão para os que possuem  21 anos completos até 60 anos de  idade), abstinência de  carne todas as sextas-feiras, ouvir com freqüência a  Palavra de Deus, reparar-se por uma boa confissão para comunhão pascal. 


O quinto domingo da Quaresma chama-se o Domingo da Paixão. A partir  deste  dia a  Igreja,  em sinal de luto, encobre com um véu as  imagens de Nosso Senhor e  dos  santos.


A última  semana  celebra-se a Semana  Santa;   chama-se santa, porque nesses dias se  comemoram os maiores mistérios praticados por Jesus Cristo para a redenção do gênero humano.  

No Domingo de Ramos, o sacerdote inicia as cerimônias benzendo solenemente os ramos e  depois os distribui ao clero e aos  fiéis, que os levam primeiro em procissão e depois para as  suas  casas.  Esta cerimônia simboliza a entrada  triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, seis dias antes de  sua paixão. Durante a missa canta-se ou lê-se  a narrativa da  Paixão, segundo  São Mateus,


Na terça-feira lê-se o a Paixão segundo São Marcos;  na quarta a de São Lucas e  na sexta a de São João),  que exprime claramente  quais devem ser os sentimentos e afetos do verdadeiro cristão durante toda a semana  santa. 


"Na  quarta, quinta e  sexta-feiras, realizam-se, à tarde, ofícios chamados trevas, porque antigamente eram cantados à noite. Findos, apagavam-se  as  luzes para simbolizar o luto da Igreja e a  escuridão que baixou à terra  quando Nosso  Senhor  morreu.  Conservou-se  esse costume até  hoje, apagando as  velas do candeeiro triangular e  as do altar, uma  por uma, no fim de cada  salmo.  Durante o ofício das trevas  cantam-se as lamentações do Profeta Jeremias sobre Jerusalém.  Os três últimos  tem igualmente, cada um,  ofícios  e  cerimônias peculiares para os atos religiosos." 


A quinta-feira  santa é consagrada  à  solene comemoração da  instituição da Santíssima Eucaristia e  do sacerdócio católico.  As principais  cerimônias  desse dia  são:  Missa in Coena Domini (Missa da Ceia do Senhor), recondando que Nosso Senhor após ter anunciado a sua Paixão, e preparado um lugar digno para a sua "última ceia", realizou pela primeira vez  a transubstanciação do pão e do vinho em seu Corpo e Sangue sacrosantos, dando aos apóstolos em comunhão, ao mesmo tempo que lhes conferiu o munus sacerdotal, lhes dizendo "Fazei isto em memória de mim".


"Em memória da humildade de  Jesus, que neste dia lavou os pés dos Apóstolos, o bispo em sua catedral, os sacerdotes em suas paróquias, os superiores em seus conventos, lavam os pés de doze pobres (ou ministros), beijam-nos com respeito, enxugam-nos  com as próprias  mãos, compenetrados dos mesmos sentimentos de humildade e  caridade  que tinha o Salvador. (É a cerimônia de "Lava-pés").


"A Igreja parece esquecer sua dor por um instante para festejar o grande mistério da Eucaristia. Os paramentos sacerdotais e  o véu da cruz do altar-mor são de  cor  branca;  ouve-se o canto do "Glória",  durante  o qual repicam solenemente  todos os sinos, emudecendo depois até  ao Sábado de Aleluia.  O padre consagra duas Hóstias grandes, uma das quais  conserva para o ofício da sexta-feira  santa porque  naquele dia,  em  que Jesus  ofereceu o sacrifício cruento no monte Calvário, não há consagração nas santas funções." 


Terminada a Santa Missa , as Sagradas Espécies são  trasladadas para outro altar, ficando lá até o momento da comunhão durante as cerimônias da Sexta-Feira Santa, onde comungam os sacerdotes, e em seguida os fiéis, conforme a forma litúrgica. Nesta noite da Quinta-Feira Santa faz-se vigílias nas igrejas diante de Jesus Sacramentado, costume piedoso e muito querido entre os fiéis.  


"Depois  da  cerimônia  precedente, retiram-se do altar-mor o Santíssimo, adornos, panos, etc., enquanto o sacerdote, com os ministros, reza o salmo 21, no qual Davi profetizou a  Paixão do Salvador com as circunstâncias de sua morte no Calvário." 


"Também na Quinta Feira-Santa, Os  bispos consagram nas catedrais, durante a Missa, os  Santos Óleos que devem servir  para a administração do Batismo e  da Extrema-unção, e em seguida o Santo Crisma, usado no Batismo, na Confirmação e na Ordem." 


"Sexta-feira Santa. As cerimônias desse  dia são todas lúgubres e  tristes, porque visam representar o seu fundador. O celebrante e os ministros aproximam-se do altar. Chegados lá, prostram-se, estendidos no chão; depois erguem-se e  procede-se à leitura de  uma lição da Sagrada Escritura e da Paixão. Seguem as orações solenes que a Igreja faz por todo o mundo, mesmo por seus maiores inimigos,  para imitar Nosso Senhor, que morreu por todos os homens. Ao concluí-las o celebrante, despindo a casula, dirige-se ao lado da epístola e  descobre sucessivamente os braços e a cabeça da cruz; coloca-a no degrau do altar e, de pés descalços, prostra-se três vezes, adorando Jesus Cristo representado sobre a cruz. Finda  esta  cerimônia, traz-se ao altar, em procissão solene, a Hóstia Consagrada, que desde a véspera achava-se no santo sepulcro. Chegado o préstito ao altar, o sacerdote a levanta, para ser adorada, e comunga." 


 "Sábado de Aleluia: este dia é consagrado especialmente a  honrar a  sepultura de Nosso  Senhor. As principais  cerimônias são:    Bênção do fogo novo, que se tira de um silex, e com o qual se acende um círio de três bicos, outras velas  e  a lâmpada do santuário." 


"Bênção do Círio Pascal;   Leitura das profecias;  Bênção da Água Batismal; Ladainha de todos os  santos; e  Missa  solene  com glória,  durante  a  qual se tocam os sinos e  se cantam as aleluias.  Ao meio dia  acaba-se o tempo de Jejum, portanto, fim do tempo quaresmal." 


"Domingo de Páscoa: Lembra  a  Ressurreição de Nosso  Senhor Jesus  Cristo. Como o predissera, ressurgiu dos mortos ao terceiro dia, provando assim sua divindade e a  verdade  da doutrina  que ensinou." 


"Aproveitemos o tempo que nos é concedido viver  nesta terra, para que possamos cumprir todos  os preceitos do Senhor.  Com muito empenho, especialmente neste  tempo quaresmal,  fujamos  das más  inclinações e peçamos a Deus forças para podermos proporcionar frutos da mais digna  penitência e sincera conversão."  







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