Mês do Preciosíssimo Sangue e Mês de Nossa Senhora do Carmo

 
Caríssimos, iniciamos com a graça de Deus o mês de Julho, que é de uma maneira especial dedicado a devoção do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor. Também, nós que somos consagrados à Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, quer seja como irmãos leigos, frades, freiras e religiosos(as), nos preparamos para celebrar a Festa Magna da Ordem do Carmo, onde recordamos as glórias de Maria Santíssima e as dávidas concedidas à Ordem do Carmo, pela entrega do escapulário, uma devoção que se perpetua através dos séculos e demonstra o sinal da proteção materna de Maria para com os filhos do Carmelo. Em todo os mês de Julho traremos meditações dentro do tema da devoção ao Precioso Sangue de Jesus e, enquanto não iniciamos a Novena de Nossa Senhora do Carmo, vamos também reviver um pouco da História do Carmelo. Fiquem então com um artigo sobre o significado do brasão da Ordem Carmelitana,  cujo significado traduz  a  mística e o carisma  desta  ordem. Boa leitura ! 

  
ZELO ZELATUS SUM PRO DOMINO DEO EXERCITUUM"

"Eu me consumo de zelo pela causa do Senhor Deus Exércitos"

1 Reis 19,10

"A representação do escudo carmelita surge pela primeira vez nos finais do século XV, em 1499, na capa dum livro sobre a vida de S. Alberto da Sicília. Ali o símbolo gráfico aparece sob a forma de um «vexillum», isto é, um estandarte ou bandeira que depois se foi modificando nalguns pormenores com o correr dos tempos até assumir a atual forma de escudo heráldico. Existem várias interpretações do nosso escudo, mas nunca houve uma explicação oficial do mesmo. O que segue é a interpretação que nos parece mais adequada. O Escudo do Carmo é composto por cinco elementos:

Uma montanha

Uma montanha estilizada com ladeiras arredondadas e cujo cimo se projeta para o Céu. Esta montanha evoca a Montanha do Carmelo, lugar de origem da Ordem do Carmo. O Monte do Carmo situa-se em Haifa, em Israel. No século IX antes de Cristo ali viveu o profeta Elias. No mesmo lugar e nos finais do século XII depois de Cristo, ali se agruparam alguns eremitas inspirados no profeta Elias, com o objetivo de «viver em obséquio de Jesus Cristo.» (Regra, 2) O monte encontra-se coroado com a Cruz de Cristo que S. João da Cruz lhe acrescentou.


A Cruz

A Cruz é o preço da nossa salvação, a presença de Deus, a certeza da nossa Ressurreição, e a cruz da nossa vida que nosso pai S. João da Cruz para si escolheu como sinal do amor de Deus.

A montanha e a Cruz são castanhas e inscrevem-se num fundo branco. Estas são as cores do nosso hábito: túnica, escapulário e capucho castanhos; capa e capucho brancos. Assim revestidos nos recordamos que temos de viver na terra castanha a peregrinação da fé, porém com os olhos na alvura do Céu, morada do Cordeiro Imaculado.


Três estrelas

Três estrelas de seis pontas que se dispõem da seguinte maneira: uma de cor de prata situa-se no centro da montanha, e as outras duas ficam simetricamente dispostas no céu de cor branca, à direita e esquerda das ladeiras da montanha.

A interpretação das estrelas é variada e de grande riqueza. A estrela branca, situada no nível inferior, evoca a pureza da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe e Irmã dos Carmelitas, evoca também a primeira igrejinha dedicada a Nossa Senhora do Carmo; há, porém, quem a identifique com os Carmelitas que estão a caminho do cimo do Monte Carmelo. As estrelas superiores, de cor dourada, representam os pais e mestres da Ordem do Carmo S. João da Cruz e S. Teresa de Jesus. Noutras interpretações as duas estrelas representariam os profetas Elias e Eliseu, e ainda os Carmelitas que já terminaram a sua peregrinação e subiram ao cimo do Monte Carmelo, que é Jesus vida do Céu!


Uma coroa

A coroa de ouro representa o Reino de Deus. Ele é o Soberano, o supremo Soberano do Carmelo. Na verdade, nós os Carmelitas procuramos «servir fielmente a Deus, com coração puro e de boa consciência» (Regra, 2), e temos como vocação implantar e robustecer nas almas o reino de Cristo e estende-lo por todo o orbe terrestre. Para cumprirmos este serviço a Deus, nós, os Carmelitas, inspiramo-nos nas figuras do Profeta Elias e da Virgem Maria.  A coroa representa ainda Maria e a sua realeza sobre a Ordem do Carmo, a Ordem de Maria.


Um braço com uma espada

Um braço com uma espada de fogo e uma fita com uma citação bíblica. A origem eliana da Ordem está representada no braço de Elias que sustenta uma espada de fogo. De um lado e de outro da espada há uma fita com uma inscrição em latim:  “Zelo zelatus sum pro Domino Deo exercituum” (Ardo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos [1 Reis 19,10]).


O braço e a espada mostram também a ardente paixão de Elias pelo Absoluto de Deus, cuja «palavra ardia como um archote». (Eclesiástico 48,1)  Para os Carmelitas Elias é o profeta solitário que vivendo na presença de deus cultiva a sede do único Deus. Por isso, como o Profeta, levam «a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus». (Regra, 19)

Doze estrelas

A índole mariana da Ordem está ainda simbolizada nas doze estrelas que recordam a aparição «duma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e na sua cabeça um coroa de doze estrelas.» (Apocalipse 12,1) Na Virgem Maria, Mãe de Deus, os Carmelitas encontram a imagem perfeita de tudo aquilo que desejam e anseiam ser. Para nós Ela é Padroeira, Mãe e Irmã. E nós somos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

Numa outra interpretação as doze estrelas em arco representam todos os santos do Carmo. Eles são a coroa de estrelas que rodeiam o trono de Deus e do Cordeiro, onde Maria tem lugar de honra.


20 Abr 2006

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