"100 e 300 Anos" - Por D. Fernando Rifan
Dom Fernando Arêas Rifan*
Hoje, dia 13 de maio, celebramos o 98o aniversário da primeira das aparições de Nossa Senhora a três simples crianças, pastores de ovelhas, em 1917, em Fátima, pequena cidade de Portugal, de onde a devoção se espalhou e chegou ao Brasil. Estamos, portanto, nos preparando para celebrar, em 2017, os cem anos dessa aparição de Nossa Senhora.
O segredo da importância e da difusão de sua mensagem está exatamente na sua abrangência de praticamente todos os problemas da atualidade.
Ali, Nossa Senhora nos alerta contra o perigo do comunismo e seu esquecimento dos bens espirituais e eternos, erro que, conforme sua predição, vai cada vez mais se espalhando na sociedade moderna: o ateísmo prático, o secularismo. “A Rússia vai espalhar os seus erros pelo mundo”, advertiu ela. A Rússia tinha acabado de adotar o comunismo, aplicação prática da doutrina marxista, ateia e materialista. Mas, se o comunismo, como sistema econômico, fracassou, suas ideias continuam vivas na sociedade atual. E o comunismo é incompatível com o catolicismo. Falando que foi batizado como católico, Raul Castro, recebido neste domingo pelo Papa Francisco, confessou porque abandonou a Igreja:
“Sou comunista e não se podia ser membro do Partido Comunista e ser católico” (O Globo 11/6/2015). Ele reconhece o antagonismo. Foi lógico. Rezemos pela sua conversão, para que, deixando o comunismo, volte à Igreja, como ele insinuou após sua entrevista com o Papa.
Em Fátima, Nossa Senhora pediu a oração, sobretudo a reza do Terço do Rosário todos os dias, e a penitência pela conversão dos pecadores e pela nossa santificação e perseverança. Explicou que o pecado, além de ofender muito a Deus, causa muitos males aos homens, sendo a guerra uma das consequências do pecado. Falou sobre o Inferno, sobre o Purgatório, sobre o Céu, sobre a crise que sofreria a Igreja, com perseguições e martírios. Enfim, Fátima é o resumo, a recapitulação e a recordação do Evangelho para os tempos modernos.
Mas, em 2017, celebraremos também os 300 anos do encontro milagroso da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, pelos pescadores, no Rio Paraíba do Sul, milagre sucedido de muitos outros. É óbvio que ali houve algo sobrenatural. Pois, como explicar que uma simples imagem, quebrada, pudesse atrair milhões de pessoas em oração fervorosa, ininterruptamente, por três séculos, sem uma intervenção divina e uma bênção especial da Mãe de Jesus? Estamos, portanto, na preparação para a celebração deste grande evento. A Imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida visitará todas as dioceses do Brasil, e aqui também, a Diocese de Campos e a Administração Apostólica, onde estará em todas as Igrejas, como numa missão para afervorar o nosso povo e nos preparar para a celebração dos seus 300 anos.
Vamos assim unir as duas grandes devoções, a Nossa Senhora de Fátima e a Nossa Senhora Aparecida, pois são a mesma e única Senhora escolhida entre todas as mulheres para ser a mãe do Redentor e nossa Mãe espiritual.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Comentários