O NATAL CONTINUA!
Dom Fernando Arêas Rifan*
(Fotos - Santa Missa de Natal - Igreja do Carmo - Campos - RJ - 25 Dez 2012)
Ainda sob os reflexos do Natal, reflitamos
em todas as lições desse maior acontecimento da história da humanidade, razão
de nossa esperança e causa de nossa alegria: “O próprio Filho de Deus veio ‘em
carne semelhante à do pecado' (Rm 8,3) para condenar o pecado e, após tê-lo
condenado, excluí-lo completamente do gênero humano. Chamou o homem à semelhança
consigo mesmo, fez dele imitador de Deus, colocou-o no caminho indicado pelo
Pai, para que ele pudesse ver Deus e o oferecesse em dom ao próprio Pai” (S.
Irineu).
O Natal é a primeira festa litúrgica, o
recomeçar do ano religioso, como a nos ensinar que tudo recomeçou ali. O
nascimento de Jesus foi o princípio da revelação do grande mistério da Redenção
que começava a se realizar e já tinha começado na concepção virginal de Jesus,
o novo Adão. Deus queria que o seu projeto para a humanidade fosse reformulado
num novo Adão, já que o primeiro Adão havia falhado por não querer se submeter
ao seu Senhor, desejando ser o senhor de si mesmo e juiz do bem e do mal.
Assim, Deus enviou ao mundo o seu próprio Filho, o Verbo eterno, por quem e com
quem havia criado todas as coisas. Esse Verbo se fez carne, incarnou-se no
puríssimo seio da Virgem, por obra do Espírito Santo, e começou a ser um de
nós, nosso irmão, Jesus. Veio ensinar ao homem como ser servo de Deus. Por
isso, sendo Deus, fez-se em tudo semelhante a nós, para que tivéssemos um
modelo bem próximo de nós e ao nosso alcance. Jesus é Deus entre nós, o
“Emanuel – Deus conosco”.
Terminadas, pois,
as festas natalinas, não podemos nos esquecer da mensagem do Natal. E o Natal
traz lições para todas as épocas do ano.
São Francisco de
Assis inventou o presépio, quer dizer, a representação iconográfica do
nascimento de Jesus, para que refletíssemos nas grandes lições desse maior
acontecimento da história da humanidade, seu marco divisor, fonte de inspiração
para os grandes pintores e manancial de meditação para os místicos.
Mas quantos nem
se recordaram do aniversariante deste dia nem da sua mensagem de amor e de sua
pregação das virtudes! O Natal fica esquecido e seu protagonista também. Às
vezes passamos um Natal materialista, apenas de compras e diversões, celebramos
um Natal egoísta, sem nos lembrarmos do irmão faminto e necessitado. Com a mesa
farta, não nos recordamos dos que não têm sequer um pedaço de pão!
Que tal se
fizéssemos um Natal contínuo, pensando mais no divino Salvador, na sua
doutrina, nas virtudes que nos ensinou, no amor com que nos amou, imitando o
seu exemplo, praticando a caridade, consolando uma pessoa triste, levando a um
doente uma palavra de conforto, perdoando um inimigo nosso, mostrando gratidão
a quem nos fez algum bem, convivendo melhor com nossa família, rezando um pouco
melhor...
Desse modo a mensagem do Natal vai continuar durante todo o Ano Novo, que
assim será abençoado e feliz. FELIZ ANO NOVO!
*Bispo da Administração Apostólica
Pessoal
São João Maria Vianney
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