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Mostrando postagens de junho, 2014

São Pedro e São Paulo

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Homilia de Dom Henrique Soares da Costa – Solenidade de São Pedro e São Paulo At 12,1-11 Sl 33 2Tm 4,6-8.17-18 Mt 16,13-19 “ Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. – Estas palavras que o missal propõe como antífona de entrada desta solenidade, resumem admiravelmente o significado de São Pedro e são Paulo. A Igreja chama a ambos de “corifeus”, isto é líderes, chefes, colunas. E eles o são. Primeiramente, porque são apóstolos. Isto é, são testemunhas do Cristo morto e ressuscitado. Sua pregação plantou a Igreja, que vive do testemunho que eles deram. Pedro, discípulo da primeira hora, seguiu Jesus nos dias de sua pregação, recebeu do Senhor o nome de Pedra e foi colocado à frente do colégio dos Doze e de todos os discípulos de Cristo. Generoso e ao mesmo tempo frágil, chegou a negar o Mestre e, após a ressurreição, teve confirmada a missão de apascentar o rebanh

Festa do Sacratíssimo Coração de Jesus

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“Ninguém afaste do amor do vosso bom Coração. Buscai, nações, nesta fonte as graças da remissão. Aberto foi pela lança e, na paixão transpassado, deixou jorrar água e sangue, lavando o nosso pecado.”  (Vésperas I – Sagrado Coração de Jesus) A Igreja celebra a Festa do Sagrado Coração de Jesus na sexta feira da semana seguinte à Festa de Corpus Christi. O coração é mostrado na Escritura como símbolo do amor de Deus. No Calvário o soldado abriu o lado de Cristo com a lança (Jo 19,34). Diz a Liturgia que “aberto o seu Coração divino, foi derramado sobre nós torrentes de graças e de misericórdia”. Jesus é a Encarnação viva do Amor de Deus, e seu Coração é o símbolo desse Amor. Por isso, encerrando uma conjunto de grandes Festas (Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi), a liturgia nos leva a contemplar o Coração de Jesus.  Este sagrado Coração é a imagem do amor de Jesus por cada um de nós. É a expressão daquilo que São Paulo disse

Corpus Christi - Fé, Amor, Reparação

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Por D om Fernando Arêas Rifan* Amanhã celebraremos com toda a Igreja a solene festa do Corpo de Deus, ou Corpus Christi, solenidade em honra do Corpo de Cristo, presente na Santíssima Eucaristia.   Por que tal festa? “Augustíssimo sacramento é a Santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O Sacrifício Eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam” (Direito Canônico cân. 897).   O mesmo nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “A Eucaristia é o coração e o ápice da vida da Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja e todo

Festa de Corpus Christi

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Pe. Amaro Gonçalo. 1. Nesta quinta-feira, voltamos à sala de cima, ao cenáculo, à última ceia, de quinta-feira santa. Nessa altura, Jesus, prestes a partir para o Pai, pronto a dar toda a sua vida por nós, quis firmar uma aliança, um pacto de amizade connosco! E esta aliança foi selada e celebrada com o seu próprio Corpo e Sangue, isto é, com a sua própria vida, entregue até ao fim por todos nós! “Isto é o Meu Corpo entregue. Isto é o meu sangue derramado”. Como se Jesus nos dissesse: “Assim sou Eu. Dou-vos a minha vida inteira. Olhai: este pão é o meu corpo desfeito por vós; este vinho é o meu sangue derramado por todos. Não me esqueçais nunca. Fazei isto em memória de mim”. Esta é, portanto, a aliança: Jesus dá a vida por nós, para que nós saibamos dar a vida pelos outros. Celebrar a Eucaristia é dizer e fazer como Jesus fez: «Esta minha vida não a quero guardar exclusivamente para mim. Quero passar por este mundo reproduzindo em mim algo do que Jesus viveu». Este é afinal

Reflexão para Festa de Pentencostes

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O Espírito Santo Veni, Sancte Spiritus! – “Vinde, ó Santo Espírito Santo, e envia um raio celeste da tua luz”: trata-se de uma estrofe da Sequência de Pentecostes, composta por John Dunstable (1380-1453) e que foi provavelmente entoada na coroação do rei inglês Henrique VI em Paris em 1431. Toda a Igreja clama: Vem, Espírito Santo! “Ó Deus (…) derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo, e realizai agora no coração dos fiéis as maravilhas que operastes no início da pregação do Evangelho” (oração coleta da Missa do dia de Pentecostes). O Espírito Santo foi chamado alguma vez de “O Grande Desconhecido” (Caminho, 57). Isso me faz lembrar daquela passagem dos Atos dos Apóstolos na qual Paulo ao chegar a Éfeso e conversar com alguns discípulos lhes perguntou: “Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé” Eles responderam da seguinte maneira: “Mas nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo” (At 19,2). Dá a impressão muitas vezes que alguns c

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a Encíclica Haurietes Aquas de Pio II

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Em 15 de maio de 2006 o papa Bento XVI enviou ao superior-geral da Companhia de Jesus uma carta por ocasião dos cinqüenta anos da Encíclica Haurietis Aquas. Pio XII, por sua vez, havia escrito essa encíclica para celebrar e recordar a todos o primeiro centenário da extensão a toda a Igreja da festa do Sagrado Coração de Jesus .  Dessa forma, aproveitando a concatenação dos aniversários, o Papa quis religar-se ao fio ininterrupto dessa devoção que há séculos acompanha e conforta tantos cristãos em seu caminho. Nesta ocasião, pedimos algumas reflexões ao cardeal Martini, e ele nos enviou o texto que segue Lembro-me muito bem do tempo em que saiu a encíclica Haurietis Aquas in Gaudio. Eu era então estudante de Sagrada Escritura e membro da comunidade do Pontifício Instituto Bíblico, onde era professor o ilustre biblista padre Agostino Bea, depois criado cardeal pelo papa João XXIII. Padre Bea era um estreito colaborador do papa Pio XII, e na comunidade se dizia, penso que co

A Devoção ao Sagrado Coração no Carmelo

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“ Santa Teresa  por amor de Jesus e da Santa Igreja.  Padecer ou morrer”.  ( Mensagem deixada por São João XXIII, enquanto Patriarca de Veneza no livro de visitas do Carmelo Alba de Tormes - Espanha - aonde se guarda os restos mortais da santa Reformadora do Carmelo... Ler Mais no Blog Espiritualidade ) Homens da Galiléia, porque ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que vos acaba de ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu. (At 1,11) " O CARMELO E O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - Nada quero senão ser vítima do Vosso Coração MEDITAÇÃO ORANTE A cadeia de montanhas do Carmelo na Palestina é famosa pela sua vegetação exuberante e a Ordem do Carmelo Descalço, espalhada pelo mundo, é famosa pelos seus belos jardins cuidados carinhosamente pelas irmãs carmelitas. Toda essa beleza da flora é símbolo de uma realidade ainda mais bela, que é a espiritualidade do Carmelo, a qual é atualizada e vivida em cada célula deste Corpo Místico, cuj

O Preço a Pagar - Por D. Fernando Arêas Rifan*

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                          “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,10). Esta é a oitava das bem-aventuranças, exclamações com as quais Jesus começou o seu “sermão da montanha”, resumo do seu Evangelho. A perseguição e o martírio se tornaram então uma característica dos seus discípulos. “Sereis expulsos, perseguidos, presos, açoitados, mortos, por causa do meu nome, levados à presença de reis e governadores, para testemunhar de mim perante eles” (Mc13,9 - Lc21,13 – Jo16,2, passim).  Assim o martírio, testemunho pelo sofrimento por causa da Fé ou da virtude, sempre esteve presente na Igreja, desde os primeiros tempos, como vemos nos Atos dos Apóstolos, passando pelas perseguições romanas até aos tempos modernos. A Igreja sempre teve mártires e os tem hoje. Entre os inúmeros exemplos de cristãos perseguidos atualmente nos países muçulmanos, está o interessante caso de Mohammed al-Sayyid al-Moussawi, nascido no Ira

A cultura do Encontro - Dom Fernando Rifan - Adapostolica

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Dom Fernando Arêas Rifan*  Domingo próximo, dia 1º de junho, é o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Como vivemos hoje a cultura do desencontro e do descartável, reflitamos sobre a mensagem do Papa Francisco para esse dia, cujo tema é a cultura do encontro.  Vivemos num mundo que está se tornando cada vez menor, parecendo, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-nos próximos uns dos outros. Todavia, dentro da humanidade, permanecem divisões e conflitos. Os meios de comunicação podem ajudar e particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos.  No entanto, existem aspectos problemáticos: a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correta de si mesmo. O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos. O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próxi